Siga as atualizações da edição em português da Euronews, com as últimas notícias sobre o Brexit neste dia tão importante para o Reino Unido e para a União Europeia.
Foi a maior derrota alguma vez sofrida por um Governo britânico na Câmara dos Comuns. Por 432 votos contra e 202 a favor, os deputados rejeitaram o acordo para o Brexit negociado por Theresa May com Bruxelas.
O que aconteceu nas últimas horas?
Com uma diferença de 230 votos a favor da rejeição, o voto teve também como resultado o anúncio imediato de uma moção de censura da parte do líder dos Trabalhistas, Jeremy Corbyn, que deverá ser votada quarta-feira às 19 horas locais.
Jean-Claude Juncker, líder da Comissão Europeia, disse, via rede social Twitter, que "tomava nota dos resultados do voto" e que aguardava por saber quais seriam as intenções do Reino Unido daqui para a frente.
A imprensa britânica dizia, antes da noite dos votos, que o que interessava saber era a magnitude da derrota a sofrer pela primeira-ministra, dando-a como certa.
O voto de terça-feira à noite foi a mais importante decisão tomada pelo parlamento desde a participação na Segunda Guerra Mundial.
Foi exatamente isso que Theresa May disse aos deputados. E referiu que a História iria julgar os membros da câmara baixa de acordo com a votação.
O voto do documento, de quase 600 páginas, teve lugar depois de cinco dias de debate.
May repetiu também - várias vezes - um dos seus principais argumentos: que a rejeição do programa implicaria que o processo do Brexit poderia ser cancelado na totalidade e que o Reino Unido poderia deixar a União Europeia sem qualquer acordo ou período de adaptação.
E o que acontece agora?
Agora, a primeira- ministra deverá apresentar aos deputados um plano B no prazo de três dias úteis do parlamento, ou seja, até dia 21 de janeiro.
A possibilidade de Bruxelas dar início a uma nova ronda de negociações com o Reino Unido é bem real. Um hard Brexit, ou seja, uma saída sem acordo, pode ainda acontecer.
O tempo não joga a favor do processo. O Reino Unido deveria abandonar a União Europeia no fim deste mês, ou seja, dentro de menos de duas semanas.
O Executivo britânico sabe que, sem um acordo de saída, a UE passa a considerar o Reino Unido como um terceiro Estado como todos os outros, para todos os efeitos, sem qualquer ligação particular com o bloco regional europeu.
Vários economistas dizem que os diferentes setores da economia britânica podem vir a sofrer bastante, caso esse cenário se torne realidade, desde os serviços à agricultura e à indústria.
Mas a falta de um acordo de saída da UE pode também prejudicar o Reino Unido nas suas relações comerciais a nível mundial, já que se encontra enquadrado nos marcos negociais, com vários países, como membro da União Europeia.