O presidente venezuelano espera assim colocar em causa a liderança de Juan Guaidó na Assembleia Nacional.
Eleições parlamentares antecipadas - é esta a estratégia de Nicolás Maduro no braço de ferro com Juan Guaidó pela presidência da Venezuela.
Numa manifestação perante milhares de apoiantes, na avenida Bolívar, em Caracas, o presidente venezuelano colou as suas intenções à agenda da Assembleia Constituinte, composta essencialmente por apoiantes do regime, para colocar em causa a legitimidade de Guaidó como presidente da Assembleia Nacional.
"A Assembleia Constituinte tem na sua agenda a avaliação constitucional, histórica e política de convocar eleições parlamentares ainda este ano. Estou de acordo que se relegitime o poder legislativo do país e que sejam eleições livres", afirmou.
Na comemoração dos 20 anos da revolução bolivariana iniciada por Hugo Chávez no país, Maduro desafiou a oposição a desligar-se do que diz ser o imperialismo dos Estados Unidos.
"Abandonem o caminho do intervencionismo ianque e das chamadas para a guerra. Que deixem de apoiar um golpe de estado que já fracassou", acrescentou.
A oposição detém atualmente a maioria no parlamento na Venezuela e está ao lado de Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente interino a 23 de janeiro. Se não forem antecipadas, as eleições legislativas na Venezuela estão previstas somente para finais de 2020.
Durante o discurso Nicolás Maduro disse ainda apoiar a proposta de diálogo, com a oposição, feita pelos Governos do "México, Uruguai e da Caricom" [paises da Comunidade Caribenha]. "No dia que queiram, como queiram, quando queiram, estou disposto a falar", vincou.
Segundo Nicolás Maduro, na Venezuela "há só um" Presidente. "Eu é que sou o Presidente de toda a Venezuela", concluiu.
Nicolás Maduro fez ainda um apelo aos milicianos e jovens na idade de prestar o serviço militar para que se inscrevam para fazer parte dos militares ativos do Exército venezuelano.