Berlinale homenageia Charlotte Rampling com Urso de Ouro de carreira

A edição deste ano do Festival de Berlim homenageou os mais de 50 anos de carreira de uma das atrizes que moldaram o cinema Europeu e Mundial, com o Urso de Ouro honorífico a ir para a britânica Charlotte Rampling. O prémio foi entregue pelo diretor do festival Dieter Kosslick, na presença da realizadora Liliana Cavani, que a dirigiu em "O porteiro da noite".
"Os filmes podem ser incrivelmente importantes e incrivelmente poderosos no que dizem, por isso temos de ter muito cuidado com o que dizemos, mas ao mesmo tempo darmo-nos completamente, enquanto atores", disse ao aceitar o prémio.
O enviado especial da euronews à Berlinale, Wolfgang Spindler, encontrou Charlotte Rampling na passadeira vermelha: "O que quer que façamos na vida, temos de querer mesmo fazê-lo. E temos de consagrar a nossa vida ao que queremos fazer. Não é propriamente um sacrifício, tem mais a ver com agarrarmo-nos àquilo que queremos, sabendo que vamos ter problemas ao longo do caminho, mas agarrarmo-nos a isso".
Filha de um militar que chegou a ser campeão olímpico de estafeta e de uma pintora, Rampling começou a carreira em 1965 com "Lições de Sedução", trabalhou com Woody Allen em "Stardust Memories" e, numa fase mais recente da carreira, fez vários filmes com François Ozon e entrou ainda em "Melancolia", de Lars Von Trier.
Em 2015, com o filme "45 anos" (Andrew Haigh), foi premiada aqui em Berlim e nos Prémios Europeus e foi ainda nomeada para o Óscar.
A Berlinale premeia a carreira de um ícone do cinema de autor, não convencional, Uma atriz de coragem, uma mulher forte que nunca teve medo dos papéis polémicos. Também uma cosmopolita, capaz de trabalhar em inglês, francês ou italiano.