Representantes europeus já estavam no aeroporto de Caracas quando foram ordenados a apanhar um avião de volta para Madrid.
Uma delegação do Parlamento Europeu (PE), que tinha sido convidada pela Assembleia Nacional venezuelana (AN) a visitar a Venezuela, foi no domingo impedida de entrar no país e obrigada a apanhar um voo de regresso a Madrid.
Os eurodeputados tinham chegado ao Aeroporto Internacional Simón Bolívar de Maiquetía, no norte de Caracas, quando receberam ordens para abandonar solo venezuelano e regressar a Madrid.
"Neste momento estamos a ser expulso da Venezuela, os nossos passaportes form apreendidos. Não fomos informados da razão para sermos expulsos e não temos também qualquer documento que o justifique, porque eles atiraram-nos para fora do país. Viemos à Venezuela com um convite da Assembleia Nacional, um organismo reconhecido internacionalmente, mesmo pelo presidente Nicolás Maduro. É um organismo constitucional e eles não nos deixaram entrar", afirmou Esteban Gonzalez Pons, vice-presidente do Partido Popular Europeu, secundado nas críticas pelo autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó.
Para o eurodeputado espanhol, a proibição visa "não deixar Juan Guaidó ver qualquer personalidade de fora da Venezuela", o que deixa Nicolás Maduro ainda mais isolado a nível internacional: "Quando um ditador fecha as janelas e apaga as luzes é quando passa das palavras à ação".
Numa outra mensagem, o deputado opositor venezuelano Francisco Sucre afirmou na rede social Twitter que esta é uma "nova amostra de que Nicolás Maduro é um tirano que pretende isolar a Venezuela do concerto das nações livres e que gera sofrimento no seu povo", que aguarda a chegada de ajuda humanitária internacional.
A delegação era composta pelos eurodeputados Esteban González Pons, José Ignácio Salafranca Sánchéz-Neyra e Juan Salafranca.
Dela fazia parte também o eurodeputado português Paulo Rangel, que acabou por perder o voo de ligação entre Madrid e Caracas.