EventsEventos
Loader

Find Us

FlipboardLinkedin
Apple storeGoogle Play store
PUBLICIDADE

Corina Creţu em defesa do projeto europeu

Corina Creţu em defesa do projeto europeu
Direitos de autor 
De  Euronews
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

A euronews foi até Bruxelas conversar com Corina Creţu, Comissária da UE para a política que supervisiona projetos regionais e fundos de coesão. Falou sobre as concretizações e sobre os desafios relativos à política regional.

A euronews foi até Bruxelas conversar com Corina Creţu, Comissária da UE para a política que supervisiona projetos regionais e fundos de coesão. Falou sobre as concretizações e sobre os desafios futuros relativamente à política regional.

Sandor Zsiros, euronews: Senhora Comissária, está aqui em Bruxelas há mais de 4 anos. Conseguiu diminuir as assimetrias entre o Oriente e o Ocidente - entre regiões pobres e ricas?

Corina Creţu, Comissária da UE para a política regional: "Estamos no pós crise, existe um estudo que mostra que existem muitas regiões preparadas para voltar ao crescimento e ao emprego, mas outros países ainda estão na fase anterior à crise. Estamos agora no 9º ano consecutivo de crescimento económico na Europa o que ajudou muito, mas ao mesmo tempo não chegámos lá completamente, devido aos novos desafios que enfrentamos. Existe também a crise da migração, o terrorismo e a defesa, onde não era suposto a UE intervir até este momento... Portanto, é necessário acomodar todas estas questões e fazer o que pudermos para preencher as lacunas."

euronews: Depois do Brexit, haverá menos dinheiro para distribuir, por exemplo, para fundos de coesão. O que aconselharia aos líderes regionais, aos decisores locais? Que tipo de projetos deviam propor para conseguir financiamento?

Corina Creţu: "No geral, o corte médio no orçamento da UE será de 10%. Apesar deste grande desafio, claro que lamentamos a saída do Reino Unido, mas temos de respeitar a vontade do povo do país. Apesar dos desafios, conseguimos colocar em cima da mesa o maior orçamento para a política de coesão, 373 mil milhões.

E propomos aos Estados membros e às regiões que se concentrem em elementos-chave, em relação à inovação, em relação às pequenas e médias empresas, à eficiência energética. Tudo o que representa a principal força motriz para a economia europeia, neste momento. Acreditamos que é preciso dar muita atenção ao lado social.

É evidente que temos de fazer um grande esforço para que as pessoas sintam o que a Europa está a fazer. Porque este jogo - em que tudo o que é mau vem de Bruxelas e tudo que é bom vem dos presidentes de câmara e dos presidentes do governo regional - devia acabar. Porque todos saímos perdedores, se continuarmos com este jogo e se não reconhecermos o que a União Europeia está a fazer pelos cidadãos."

euronews: O Parlamento Europeu aprovou uma proposta para vincular os pagamentos europeus às normas do estado de direito. Como é que isto pode funcionar no futuro? E, no final, as pessoas podem ver-se privadas de fundos europeus devido a erros de políticos?

Corina Creţu: "Não entendo porque é que alguns estados membros consideram que esta proposta é contra os seus países. Porque, pelo menos, todos dizemos ter tolerância zero em relação à fraude e à corrupção. E isto é para proteger o dinheiro dos contribuintes da UE. Por exemplo, quando o Serviço Europeu de Luta Antifraude (OLAF) recebe um caso, suspendemos imediatamente os fundos até que o caso seja resolvido.

Quando me coloco no lugar dos colaboradores compreendo porque é que não podemos encarar a União Europeia apenas como um distribuidor de dinheiro. Trata-se de uma solidariedade partilhada. Temos de estar juntos nos bons momentos... e durante os momentos de agitação, também temos de estar juntos."

euronews: Então, o Serviço Europeu de Luta Antifraude só pode fazer recomendações, mas acha que devia haver uma organização acima dos Estados-Membros, para controlar estas questões? Como, por exemplo, uma Procuradoria Europeia?

Corina Creţu: "Creio que se trata, realmente , de um passo em frente, a Comissão esforça-se há muito tempo para proteger o orçamento da UE e, como disse, a Procuradoria Europeia deverá entrar em funcionamento até 2020, o que marca o início de uma nova fase na luta contra a fraude.

Porque o Serviço Europeu de Luta Antifraude e a Procuradoria Europeia controlam a forma como o dinheiro é gasto. Estamos a trabalhar em estreita parceria com os Estados Membros e com os auditores da comissão. Acredito que esta nova instituição vai melhorar a capacidade de combate à fraude relacionada com fundos da UE e proteger o dinheiro dos contribuintes."

euronews: Estamos a menos de cem dias das eleições europeias. Haverá uma União Europeia mais fragmentada, ou será mais fácil governar? O populismo vai aparecer? Qual é a sua previsão?

Corina Creţu: "É óbvio que estamos numa fase em as preocupações anti-europeias e populistas aumentam. E também fizemos um estudo sobre isso. O meu serviço publicou recentemente um documento intitulado: "a geografia do descontentamento da UE" e esta análise mostra que o voto anti-UE é impulsionado principalmente por uma combinação de declínio económico e industrial a longo prazo, um baixo nível de formação - que é essencial - e a falta de oportunidades de emprego. Na minha opinião, as eleições vão ser o maior teste após vários anos. Não terão a ver com ideologias políticas, mas sim com europeus e anti-europeus.

E nós, você enquanto jornalista e eu enquanto comissária vimos de países que há trinta anos estavam do outro lado da cortina de ferro e nunca sonhámos chegar até aqui. Realmente, acho que é nosso dever defender este projeto europeu que é único no nosso planeta e temos de explicar que nem sempre foi assim. Principalmente à geração mais jovem. Porque trata-se do futuro deles.

Gostaria de ver muito mais jovens a defender o nosso projeto europeu. A solidariedade aparece em todos os nossos documentos europeus. Mas, na prática, lamento dizer que a União Europeia e os Estados-Membros se tornaram mais egoístas do que nunca, por isso devemos voltar à nossa solidariedade e perceber que só podemos ter sucesso juntos ou podemos afundar-nos e falhar juntos."

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Os Verdes: Para Terry Reintke, ecologia e segurança são duas faces da mesma moeda

Porque é que é importante votar nas eleições europeias?

Veículos elétricos poderão fomentar guerra comercial UE-China?