O exército venezuelano, afeto ao presidente Nicolás Maduro, chegou mesmo a incendiar camiões com alimentos e medicamentos para evitar que entrassem no país.
Pelo menos quatro pessoas nos últimos dois dias nas fronteiras da Venezuela com o Brasil e com a Colômbia. Em San António del Tachira, perto da fronteira colombiana repetiram-se as cenas de violência entre manifestantes e as autoridades que não permitiam a entrada da ajuda internacional no país.
A população tentou quebrar a barreira militar e rebentaram os confrontos. O exército venezuelano, afeto ao presidente Nicolás Maduro, chegou mesmo a incendiar camiões com alimentos e medicamentos para evitar que entrassem no país.
Do lado colombiano, em Cúcuta, o autoproclamado presidente interino Juan Guaidó queria garantir que a ajuda humanitária entrava na Venezuela mas sem sucesso. Juan Guaidó anunciou que vai participar esta segunda-feira na cimeira do Grupo de Lima com os ministro dos Negócios Estrangeiros da região onde vai participar o vice-presidente dos Estados Unidos Mike Pence para debater soluções diplomáticas e ações de cooperação.
Entretanto, em Caracas, Nicolás Maduro quis mostrar uma posição de força perante os vizinhos: cortou relações políticas e diplomáticas com a Colômbia e deu 24 horas aos embaixadores e corpo diplomático colombiano para abandonar o país.
Noutra fronteira, com o Brasil, mais confrontos e mais dois civis mortos. A polícia federal brasileira foi enviada para a cidade de Pacaraima depois das cenas de violência entre manifestantes e o exército venezuelano. Quem protestava exigia aos militares que permitisse o acesso à comida e a medicamentos.
Eeste sábado registaram-se ainda dezenas de deserções. Vários militares, cujas famílias também estão a sofrer com a crise na Venezuela, decidiram abandonar o exército. Juan Guaidó apelou às forças armadas para que não cumpram as ordens de Maduro e deixem entrar a ajuda humanitária no país.
Guaidó prometeu ainda que todos os oficiais renunciem ao poder de Nicolás Maduro devem ser amnistiados.