Britânicos em Portugal acompanham voto do acordo sobre o Brexit

Num restaurante tipicamente português, dois expatriados britânicos assistiram pela televisão à votação sobre o novo acordo do Brexit no Parlamento, em Londres.
A escocesa Stella Fletcher vive em Portugal há 12 anos. Andrew Nimmo está no Porto há um ano e ainda não se registou como residente. Agora, vai ter mesmo de o fazer.
"Aconteceu o que se esperava e acredito que hoje haja mais desenvolvimentos e se saiba se a saída sem acordo vai mesmo acontecer e o que é que vai passar a seguir. Penso que ainda haverá mais incerteza", afirma Stella, que é chede de litígios de patentes na farmacêutica portuguesa Bial.
"Era o que eu esperava. Eu segui as notícias durante o dia e sabia que o Governo ia ser derrotado. Não sou 'tory', mas sinto um pouco de pena da Theresa May, porque de certa forma ela carregou o peso de tudo isto", reage Andrew, que é tradutor.
"Se o acordo tivesse sido aprovado, para mim isso significaria que estaríamos um passo mais próximos do Brexit e eu preferiria que o Brexit fosse travado. Por isso, continuo otimista de que ainda possamos travar o Brexit", deseja Stella, que pediu a nacionalidade portuguesa.
"O futuro é muito incerto para mim, enquanto europeu e expatriado britânico. Temos de aguardar para ver o que acontece", diz Andrew, que tem de registar-se como residente em Portugal antes de 29 de março.
Mas o Governo português já tinha expressado "uma firme disposição de que tudo permaneça, no essencial, basicamente inalterado" para os cidadãos britânicos, que é uma das comunidades estrangeiras mais significativas e a maior de cidadãos oriundos de um país da União Europeia.