Michel Barnier: "É preciso tirar uma lição do Brexit"

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O negociador-chefe da União Europeia para o Brexit fala sobre a Europa, sem cortes, nem edição, em "Uncut".

Michel Barnier, o negociador-chefe da União Europeia para o Brexit, conversou com o jornalista Daniel Cohn-Bendit sobre a saída do Reino e o futuro da Europa, numa entrevista sem cortes, nem edição. Estas foram algumas das questões abordadas em Uncut.

Brexit sem acordo

"(...) vamos manter a prioridade de proteger os direitos dos cidadãos britânicos na União Europeia, com a condição de que o Reino Unido haja em conformidade".

Eleições europeias

"(...) se o prolonagmento se estender até depois das eleições europeias, em maio, nesse momento o Reino Unido será um Estado-Membro, com todos os direitos e obrigações que isso implica. Particularmente o dever de proteger os cidadãos europeus a viver no Reino Unido. E estes cidadãos têm direito de voto. O mesmo acontece com os britânicos na União Europeia. Portanto, se o Reino Unido permanecer na União Europeia terá de realizer as eleições".

Irlanda e a União Aduaneira

"O mercado único é uma questão prática. Se não houver fronteira entre a Irlanda e a Irlanda do Norte e nós não a construirmos, vamos precisar de controlar os bens de alguma forma, por causa dos produtos que vêm da Grâ-Bretanha (...) e que vão entrar imediatamente em França, na Alemanha, na Polónia, em Espanha, porque todos fazem parte do mesmo mercado único que a Iralnda. Portanto, precisamos de controlar em algum ponto, para proteger os consumidores, os orçamentos e os negócios".

"Trata-se de um seguro, tal como temos para a casa. Precisamos de ter um seguro caso alguma coisa aconteça, não queremos usá-lo, mas ele tem de existir. E este é o seguro. Assim que possível, imediatamente após a assinatura do acordo, estamos disponíveis para trabalhar em acordos, ou soluções alternativas".

A "máquina burocrática"

"Porquê o Brexit? (...) Por que é que 52% dos britânicos votaram contra a Europa? (...) Uma grande parte desses eleitores que votaram assim pelas mesmas razões que encontramos em algumas regiões de França, da Bélgica, de Itália, ou de outros países. É o sentimento de abandono, de exclusão, o sentimento de que a Europa não os protege, que a Europa é dirigida por uma máquina burocrática que não os ouve. Acho que é preciso tirar uma lição do Brexit".

A descrença nos bancos

"os bancos reembolsaram tudo o que pediram emprestado. E depois, salvámo-los numa situação de emergência, porque ao salvarmos os bancos, salvámos as poupanças. E aqui estou a falar de pessoas. Os bancos foram forçados a pagar e pagaram. Foram obrigados a capitalizar-se melhor para se prepararem para novas crises, porque infelizmente haverá novas crises. Portanto, protegemos os consumidores financeiros, que não são todos muito ricos, são pequenos investidores".

Depois do ultraliberalismo

"Creio que é hora de voltarmos, como fizemos há alguns anos, à fundação da economia social de mercado. E as três palavras são importantes: economia, social, mercado. E não apenas duas".

Por uma Defesa europeia

"Chegou a altura de falar de uma política de defesa europeia. É hora de gerir melhor as nossas fronteiras externas. É hora de investir juntos. Não sou protecionista. Mas defendo a proteção. E uma boa proteção não é protecionismo. Uma boa proteção significa investirmos juntos em educação, investigação e inovação".

O futuro

"Jean-Claude Juncker teve o mérito de lançar um plano que mobilizou 500 mil milhões de euros em poucos anos. É preciso manter este esforço, investirmos juntos, como disse, na educação, na investigação, na juventude. Acho que é o que está em jogo, nos próximos 5 ou 10 anos".

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