A nova presidente da Eslováquia quer restabelecer a confiança dos cidadãos no estado de direito. Uma tarefa ambiciosa, para um cargo com poderes limitados.
A presidente eleita da Eslováquia, Zuzana Caputová, tinha dito que se ganhasse a eleição a sua tarefa principal seria restaurar a confiança dos cidadãos no estado de direito. Esta advogada, de 45 anos, decidiu candidatar-se à presidência após o assassinato do jornalista de investigação eslovaco Jan Kuciak.
O politólogo Zsolt Gál pensa que tem perfil para potenciar a mudança: "A esmagadora maioria das pessoas está contra o regime, por isso a eleição presidencial pode ser encarada como um referendo ao atual governo".
A nova presidente tem também o apoio da maioria da etnia húngara no país. Uma jovem desta etnia disse-nos: "Eu vim votar porque quero mudanças na Eslováquia",
Os poderes do presidente são bastante limitados na Eslováquia, o que restringe o cargo a deveres simbólicos, mas a nova presidente pode exercer influência pela escolha dos procuradores, ou nomeação do juizes para o Tribunal Constitucional .
O editor do jornal Új Szó, János Lajos, acredita que terá influência: "A eleição dos juizes para o Tribunal Constitucional está a ocorrer agora. Se demorar ainda até à tomada de posse em junho, ela pode ter ifluência".
Muitos acalentam a esperança de que Caputová mude o equilíbrio de forças políticas e trave as tendências populistas, apesar de a abstenção eleitoral ter batidos recordes, com apenas 41% dos eleitores eslovacos a acorrer às urnas.