Procuradoria de capital italiana abriu investigação a violentos protestos contra transferência de membros da comunidade Roma, de etnia cigana, para um centro de acolhimento do bairro de Torre Maura
A procuradoria de Roma abriu uma investigação aos violentos protestos contra a transferência de 60 membros da comunidade Roma, de etnia cigana, para um centro de acolhimento do bairro de Torre Maura, no sudeste da capital italiana.
Os protestos, que reuniram duas centenas de pessoas, foram convocados por duas formações neofascistas e de extrema-direita, Casa Pound e Forza Nuova, que enfrentam agora possíveis acusações de incitação ao ódio.
Virginia Raggi, presidente da Câmara de Roma: "Tenho estado a trabalhar para evitar que a situação saia de controlo. Houve um forte clima de ódio. O procurador de Roma abriu um inquérito por incitação ao ódio. Há um clima pesado na área de Torre Maura, que já sofreu em anos anteriores com problemas e pressões sociais. Estou a trabalhar para proteger um grande número de residentes honestos, bem como 33 criança que têm a vida e saúde pessoal em risco. Vamos deslocá-los para outros centros, noutras áreas de Roma, porque o dever da autarquia é proteger vidas de cidadãos honestos e crianças. Não podemos aceitar ódio racial, nem aqueles que continuam a alimentar este clima e olham de forma superior para os outros. E estou a falar do Casa Pound e do Forza Nuova."
Uma grande parte dos membros da comunidade Roma no país tem cidadania italiana, mas ainda assim é frequentemente alvo de hostilidade e discriminação.
O próprio ministro italiano do Interior, Matteo Salvini, promoveu no passado estereótipos contra a minoria cigana e defende o fecho de todos os campos de população Roma no país.