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Relatório da Comissão Europeia revela problemas com a liberdade de imprensa em Itália

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De  Giorgia Orlandi & Euronews
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No que diz respeito ao Estado de direito, a Itália fez poucos progressos e é preciso fazer mais. É esta a avaliação da Comissão Europeia no seu último relatório publicado na quarta-feira.

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O relatório anual da Comissão Europeia sobre o Estado de direito, que analisa todos os Estados-membros, sublinhou os problemas que persistem em matéria de liberdade de imprensa em Itália. O debate sobre a influência política no setor da comunicação social tem vindo a aumentar. Há alguns meses, os jornalistas da Rai entraram em greve para protestar contra o controlo do governo sobre o conteúdo editorial.

"É com tristeza que constatamos que estamos ao mesmo nível de outros países que enfrentam problemas mais graves", afirma o Alessandra Costante, secretária-geral do sindicato dos jornalistas italianos (FNSI- Federação Nacional de Imprensa Italiana).

"O perímetro da liberdade de imprensa em Itália está a diminuir lentamente", alertou. "Temos levantado esta questão tanto junto da IFJ como da Comissão Europeia. Enviámos cartas e solicitámos a visita de missões específicas ao país. Tentámos, de todas as formas possíveis, avisar toda a gente de que a liberdade de imprensa em Itália está a desaparecer."

Costante criticou a influência da atual administração sobre a Rai. "Nunca antes o serviço público de radiodifusão tinha sido 'ocupado' desta forma. A Rai tornou-se uma rede de televisão muito política e isso não é bom; não ajuda o pluralismo da informação", afirmou.

No seu relatório anual, a Comissão Europeia aborda a recente reforma da justiça e a possibilidade de esta afetar a independência e a autoridade dos juízes. Também manifestou dúvidas sobre o projeto de reforma que visa introduzir a eleição direta do Primeiro-Ministro e sobre a possibilidade de esta trazer uma maior estabilidade política. Há também preocupações quanto ao facto de o papel do Chefe de Estado poder ser enfraquecido como consequência.

Para Giangiacomo Calovini, deputado do partido Fratelli d'Italia que faz parte da coligação governamental, o relatório da Comissão apresenta aspetos positivos e negativos.

"Bruxelas viu alguns pontos positivos no que o governo fez no último ano e meio", afirmou Calovini. "Em relação aos aspetos negativos, como a questão dos meios de comunicação social com a Rai ou a reforma para eleger diretamente o primeiro-ministro, gostaria de dizer que a questão da Rai já existe há muito tempo e não pode ser associada apenas ao governo de Meloni", acrescenta.

Calovini defendeu esta reforma, lembrando aos críticos que "há quase dois anos, os italianos votaram em Meloni e, há pouco tempo, voltaram a confirmar a sua escolha, que também tem a ver com o facto de quererem que o governo implemente reformas".

Os partidos da oposição italiana responsabilizaram o governo de Meloni pelo declínio dos padrões democráticos em Itália, argumentando que há muito discordam de algumas das reformas que estão no centro do relatório.

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