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Itália contra nomeação de diplomata espanhol para representante dos países do sul na NATO

O Presidente Joe Biden e o Secretário-Geral da NATO, Jens Stoltenberg, dão as boas-vindas à Primeira-Ministra italiana, Giorgia Meloni, na Cimeira da NATO em Washington.
O Presidente Joe Biden e o Secretário-Geral da NATO, Jens Stoltenberg, dão as boas-vindas à Primeira-Ministra italiana, Giorgia Meloni, na Cimeira da NATO em Washington. Direitos de autor Evan Vucci/Copyright 2024 The AP. All rights reserved
Direitos de autor Evan Vucci/Copyright 2024 The AP. All rights reserved
De  Giorgia Orlandi
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Artigo publicado originalmente em inglês

Giorgia Meloni tem feito lobby publicamente para que um italiano seja promovido a um cargo de topo na aliança, mas aparentemente sem sucesso.

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O governo italiano manifestou o seu desagrado pela nomeação do diplomata espanhol Javier Colomina como Representante Especial da NATO para os países do flanco sul, insistindo que o cargo proeminente deveria ter sido atribuído a um italiano.

Numa carta dirigida ao Chefe da NATO, Jens Stoltenberg, Marco Peronaci, representante permanente da Itália na NATO, apelou a uma reavaliação das políticas da NATO no Mediterrâneo.

A NATO confirmou a nomeação de Colomina,na terça-feira, mas o debate sobre quem deveria assumir o cargo já se tinha acendido na recente cimeira da NATO em Washington, onde a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, sublinhou a importância estratégica da região Sul para a Aliança e sugeriu que o cargo fosse atribuído a um italiano.

Giangiacomo Calovini, que representa o partido Fratelli d'Italia ("Irmãos de Itália"), de Meloni, na Comissão Parlamentar dos assuntos externos, tem acompanhado de perto o caso. O deputado espera que, quando Mark Rutte assumir o cargo de Secretário-Geral da NATO, no outono, a Itália tenha um papel mais proeminente.

"Na cimeira da NATO em Washington, a primeira-ministra Giorgia Meloni sublinhou que a região mediterrânica e o continente africano são cruciais não só para a Itália e para a UE, mas também para toda a aliança", diz Calovini.

"Em breve, em outubro, Mark Rutte assumirá o cargo de novo Secretário-Geral da NATO. Ele tem mantido ótimas relações com Meloni e esperamos que possa haver uma mudança e que seja um delegado italiano a assumir o cargo. É fundamental que as questões de África e do Mediterrâneo estejam no centro das atenções", reitera.

"Se a pessoa responsável acabar por ser italiana, será melhor para nós, mas o importante é que a opinião de Meloni seja reconhecida", acrescentou.

O Ministro da Defesa, Guido Crosetto, e o vice-primeiro-ministro, Antonio Tajani, também se mostraram desiludidos com a decisão de Stoltenberg.

Secretário-Geral cessante da NATO, Jens Stoltenberg, e a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni
Secretário-Geral cessante da NATO, Jens Stoltenberg, e a primeira-ministra italiana, Giorgia MeloniRoberto Monaldo/LaPresse via AP

Giuseppe Provenzano, deputado do Partido Democrático, na oposição, disse que o desprezo da NATO prova que a credibilidade da Itália na cena internacional está a diminuir. Outros alertaram o Governo italiano para o facto de não ser sensato suscitar controvérsia sobre esta questão.

Roberto Arditti, analista político e chefe de redação do Formiche.net comentou que esta é uma escolha que "terá de ser ainda confirmada pelo novo Secretário-Geral, Mark Rutte."

"A NATO é menos sensível à política, ao contrário do que sugere o debate público aqui em Itália. A NATO valoriza os investimentos, a disponibilidade de mão de obra, os recursos, o know-how e a tecnologia. Por isto, penso que a Itália tem de fazer mais nesta frente".

Para já, é muito cedo para dizer se o Governo italiano acabará por pagar o preço de um maior isolamento a nível mundial.

Mas a presença do país no flanco sul é vista como crucial pelo governo de Meloni para reforçar as suas políticas de migração e o seu papel estratégico no continente africano.

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