Governo britânico e oposição trabalhista reúnem-se hoje, pelo terceiro dia consecutivo, à procura de solução para o Brexit que possa ser apresentada na cimeira europeia extraordinária do dia 10
"Tivémos discussões com o governo e essas discussões vão continuar": desta forma o principal responsável das negociações do Brexit no Labour, Keir Starmer, anunciava ontem que o Partido Trabalhista volta esta sexta-feira, pelo terceiro dia consecutivo, a debater com o governo britânico uma alternativa ao plano da primeira-ministra Theresa May, três vezes rejeitado em Westminster.
Londres tenta, a todo o custo, evitar uma saída sem acordo, bem como um atraso que obrigue o Reino Unido a participar nas próximas eleições europeias.
Stephen Barclay, ministro do Brexit: "Ter eleições europeias três anos depois do país ter votado para sair será maligno para a nossa política, de forma global. Mas a União Europeia também viu o voto [na Câmara dos Comuns] que tentou remover a opção de uma saída sem acordo. E a Câmara também recusou apoiar qualquer das opções apresentadas para um acordo."
Se não houver acordo até à cimeira europeia extraordinária do dia 10, o Reino Unido pode ser forçado a um longo atraso no Brexit. Mas, segundo a BBC, que cita uma fonte próxima das discussões em Bruxelas, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk poderá propôr a Londres uma extensão "flexível" de 12 meses.
A chanceler alemã, Angela Merkel, acredita que ainda é possível um acordo entre governo e oposição britânica até à próxima quarta-feira:
"Nós, os Vinte e Sete, vamos manter-nos unidos e queremos fazer tudo o possível até à última hora, para evitar uma saída desordenada do Reino Unido. Faremos um esforço significativo com esse objetivo mas, claro, é preciso fazê-lo juntamente com o Reino Unido."
O diretor da Organização Mundial do Comércio alertou ontem para os custos "bastante significativos" de uma eventual saída sem acordo para vários setores da economia britânica. Segundo a Standard & Poor's, O Reino Unido já perdeu seis mil e seiscentos milhões de libras em atividade económica por trimestre, desde que votou para sair da União Europeia.