A 130 km de Roma, o convento da aldeia de Collepardo está prestes a tornar-se um templo do populismo, um projeto trazido para a Europa por Steve Bannon.
Collepardo é uma pequena e bonita aldeia no centro de Itália, com uma população de cerca de 800 pessoas, que fica no meio de belas montanhas . A cerca de 5 km da aldeia, em 1204, foi construído um mosteiro, mas o seu uso está prestes a mudar. Um grupo de nacionalistas, liderados por Steve Bannon, ex-consultor do presidente norte-americano Donald Trump e figura proeminente do chamado movimento alt-right, pretende estabelecer ali uma academia para ensinar a ideologia do soberanismo e do populismo.
Os dinamizadores do projeto esperam ter a academia a funcionar já em outubro, para que pessoas de toda a União Europeia e, na verdade, do mundo, venham aqui aprender essas ideologias. Isso terá um grande impacto nesta região, por isso, o Road Trip veio até aqui para falar com as pessoas e saber como se sentem em relação a isso e à União Europeia em geral.
"O Meu nome é Vincenzo de Parasis, tenho 62 anos, sou o vice-prefeito e sou natural desta aldeia . O nosso interesse é deixar a aldeia crescer. Se tudo isso traz crescimento para a juventude, para o território, então, porque não? Venham, porque eu não creio que possam fazer uma escola para os nazis, pelo menos a constituição não permite isso. É o que eu penso e é o pensamento de muitos cidadãos".
"O meu nome é Flavia, tenho 67 anos e sou nativa desta bela aldeia. Absolutamente não! Eu não aprovo porque estamos habituados a esta abadia, que era um convento a que estamos muito apegados. Mas esperamos que corra bem e que, pelo menos, traga empregos para esta região, que bem precisa. Espero que a UE ajude a Itália, porque estamos numa situação que não é das melhores. Esperamos que a Europa nos ajude a melhorar”.
"Eu sou o Diego, tenho 24 anoe e sou desta terra, Collepardo, uma bela aldeia para visitar. A Europa está a prejudicar os interesses da Itália em muitos fatores. Somos escravos da Europa em muitos aspectos, como a economia, a religião, as ideias ...as nossas ideias devem permanecer nossas, não devem ser exportadas. Se tiverem de ser exportadas, então que sejam pagas. Muitos estudantes italianos e muitos trabalhadores italianos são obrigados a irem para o estrangeiro para encontrarem o seu caminho na vida, porque aqui não há mais nada, aqui não somos valorizados, já não vivemos de meritocracia, mas apenas de recomendações. Esse é o lado errado disto e levam-nos a reagir desta maneira".