Direita populista à conquista de Espanha

Direita populista à conquista de Espanha
Direitos de autor 
De  Euronews
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Sondagens indicam que o Vox deverá eleger seis ou sete deputados nas eleições de 28 de abril

PUBLICIDADE

A Espanha não escapa à onda de populismo e nacionalismo que tem varrido a Europa. O Vox foi a surpresa nas eleições andaluzas e aponta agora ao Congresso. De acordo com as últimas sondagens conseguirá seis ou sete deputados, três por Barcelona. A questão da Catalunha tornou-se num tema fundamental da campanha.

Ignacio Garriga, candidato do Vox por Barcelona, não hesita em dizer que querem a dissolução do modelo autonómico e a instauração de um estado unitário com um único parlamento, acrescentando que o Vox é a única garantia de unidade nacional.

A direita tradicional tem-se colado à agenda do Vox mas as suas propostas parecem ser insuficientes. A retórica contra a imigração, contra o feminismo, contra as leis de violência de género ou a favor do uso de armas têm desequilibrado a balança a favor da direita populista.

Como se explica este sucesso? O analista político Jordi Amat indica vários fatores:

"Perante mudanças profundas relacionadas com a globalização, uma globalização sobretudo económica e que não se estruturou em termos políticos, foi criada uma desordem relativamente ao que tínhamos e que parecia ser uma ordem estável. Isto deu origem a reações claramente marcadas com uma identidade. O Vox não teria surgido com tanta força se não tivesse existido uma afronta à identidade nacional espanhola. Essa agressão nacional traduziu-se numa resposta defensiva e agressiva com o objetivo de reprimir o movimento independentista."

No entanto os partidos que defendem a soberania da Catalunha negam qualquer responsabilidade na ascensão do Vox.

Gabriel Rufián, candidato da Esquerda Republicana deixa bem claro que "o auge do fascismo não é culpa do independentismo" uma vez que não foram eles "os culpados da chegada ao poder de Trump, de Bolsonaro, de Salvini ou de Orbán".

Após o polémico referendo, os vários partidos independentistas procuram o seu espaço no cenário político... A Esquerda Republicana rejeita qualquer coligação com a direita para chegar ao poder e não desiste de um referendo legal.

Já o Juntos pela Catalunha defende o resultado do referendo de 2017 com unhas e dentes e rejeita qualquer pacto que não inclua a autodeterminação.

A decisão está agora nas mãos dos espanhóis, que vão às urnas no dia 28 de abril.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Espanhóis aguardam o primeiro dos grandes debates eleitorais

Navio de cruzeiro com 1500 passageiros retido em Barcelona porque 69 bolivianos têm vistos falsos

Dani Alves libertado sob fiança após pagar caução de um milhão de euros