Artista americana residente em Lisboa foi muito criticada por aceitar a atuação em Telavive, mas "rainha da Pop" aproveita o momento para marcar posição política
Madonna defendeu sábado à noite de forma implícita a solução de dois estados defendida para resolver o conflito entre Israel e a Palestina.
A "rainha da Pop" atuou durante a final do Festival Eurovisão da Canção, em Telavive, e colocou dois dos respetivos dançarinos a desfilar de braço dado mostrando para mais de 200 milhões de espetadores a assistir em direto por todo o mundo as bandeiras de Israel e da Palestina, lado a lado (foto em cima).
A afirmação política de Madonna está a ser interpretada como um apelo à paz na região, mas também à igualdade entre os dois povos, separados há décadas por um conflito histórico agravado pela imposição de colonatos israelitas em territórios reconhecidos como palestinianos.
O estatuto da cidade Jerusalém, reclamada como capital tanto por israelitas como por palestinianos, também é outro ponto de divisão e discórdia, atualmente agravado pela decisão unilateral do Presidente dos Estados Unidos de reconhecer Jerusalém como capital de Israel e para ali ter mudado a embaixada norte-americana.
À margem da mensagem política de Madonna, a final da Eurovisão ditou o regresso aos triunfos da Holanda, com "Arcade", de Duncan Laurence, a colocar um ponto final a 44 anos de jejum dos Países Baixos no festival europeu.
A última vitória holandesa tinha acontecido em 1975, por Teach, com o tema "Ding-a-dong", numa edição em que participou o "capitão de abril" português Duarte Mendes, com "Madrugada."
Duncan Laurence recolheu 492 pontos (231 do júri e 261 dos telespetadores).
Na segunda posição, a 27 pontos, ficou a Itália, com "Soldi", de Mahmood, um artista de ascendência paterna egípcia e que havia sido muito criticado pelo ministro do Interior, o nacionalista Matteo Salvini.
A Rússia, com "Scream", do moscovita Sergey Lazarev, somou 369 pontos e fechou o pódio.