A jornalista Monica Pinna foi conhecer as histórias e os rostos por detrás deste conflito.
Cabul é uma bomba-relógio. Cenário de confrontos constantes entre rebeldes e o governo apoiado pela NATO. O último ataque no dia 1 de julho matou mais de 35 pessoas e feriu perto de cem. Aconteceu apenas dois dias depois da retoma das negociações de paz . Os Talibã reivindicaram o ataque.
O hospital para vítimas de guerra da ONG "Emergency" recebeu mais de cinquenta feridos naquele dia. As baixas em massa são cada vez mais comuns. O número anual de vítimas civis quase duplicou em nove anos. As enfermarias deste hospital mostram o que a guerra do Afeganistão deixa para trás, depois dos mortos contados e longe das câmaras.
Mustafa, de 12 anos, foi apanhado num fogo cruzado na província de Ghazni, no sudoeste de Cabul. Tinha as pernas paralisadas quando chegou. Foi operado e os tratamentos diários estão a dar resultado:
Attagul tem 35 anos. Foi atingido numa explosão na cidade de Ghazni no final de maio. Ficou sem parte do crânio e do cérebro. O primo, Mohmad, ajuda-o depois da cirurgia: “Ele estava a 150 metros da explosão, muitas pessoas que estavam mais perto morreram. Na nossa aldeia há muitas explosões. Há minas nas ruas, nos becos e combates diariamente”.
A guerra afeta gerações, sem perspetivas concretas de paz.