O eurodeputado Petros Kokkalis propôs a criação de um fundo estrutural para os efeitos do clima, a incluir já no próximo orçamento da UE: 2021-2027.
Com as ondas de calor sucessivas na Europa e os termómetros a baterem recordes de temperatura nas capitais europeias, as mudanças climáticas voltaram a estar na ordem do dia no debate em Bruxelas.
Um novo deputado grego do Syriza, Petros Kokkalis, propôs a criação de um fundo estrutural específico para as mudanças climáticas, na primeira sessão da Comissão do Ambiente do Parlamento Europeu.
Petros Kokkalis fundamenta a ideia: "Hoje temos 38 graus em Bruxelas, este é um recorde e esta é uma cidade sem ar condicionado. É uma cidade afluente. Não é o caso no Médio Oriente. A adaptação é também necessária, tanto em termos de protecção civil como de desenvolvimento de infraestruturas, e reunir todos os nossos esforços num único fundo estrutural com indicadores pré-determinados e avaliações de impacto seria a forma mais eficiente de enfrentar este desafio de forma atempada e eficaz, porque esta é a única oportunidade que temos".
Kokkalis defendeu que este fundo deve ser incluído já no orçamento da UE para o período de 2021 a 2027.
"Um novo acordo ecológico global que nos conduza a 1,5 ° mais 1 do objectivo do Acordo de Paris implicaria algo entre 1,5 e 2% do PIB mundial por ano. Trata-se, portanto, de cerca de um trilião de euros por ano a nível mundial.
A Sra. Von der Leyen prometeu 1 trilião em dez anos, isso não é suficiente. Atualmente temos 0,4% do PIB global a ser investido em infraestrutura verde. São cerca de 300 mil milhões de euros. Portanto, temos de aumentar o investimento, tanto o investimento público como o investimento privado. O investimento privado começou a fluir nesse sentido, mas um fundo estrutural especializado da UE faria muito para potenciar o alcance do dinheiro privado. Também a nova taxonomia financeira sustentável que está a ser adotada pelo Parlamento Europeu irá aproveitar o fluxo de capitais privados nesse sentido", defende.
De acordo com a Agência Europeia do Ambiente, as perdas relacionadas com o clima ascenderam a 453 mil milhões de euros nos últimos 35 anos.