Ganhou o Pulitzer, revelou Snowden ao mundo e agora faz frente a Bolsonaro. As ameaças contra Glenn Greenwald motivaram um aceso encontro no Rio de Janeiro.
"Ditadura, nunca mais!" - foram apenas algumas das palavras de ordem que acolheram o jornalista americano Glenn Greenwald na Associação Brasileira de Imprensa, no Rio de Janeiro.
À sua espera estavam personalidades como Chico Buarque ou Wagner Moura. Ao seu lado estava o marido, o deputado federal David Miranda, e os dois filhos. Pela liberdade de imprensa e face às ameaças de prisão feitas por Jair Bolsonaro, Greenwald mostrou-se tudo menos intimidado.
"Nós nunca vamos parar, nós nunca vamos deixá-los ganhar. Todos juntos vamos ganhar em defesa da democracia. Não vou deixar o país dos meus filhos regredir para a ditadura. Não vou!", declarou.
No interior do edifício, palmas. No exterior foi um pouco diferente, até porque tinha à sua espera manifestantes pró-Bolsonaro.
Foi Glenn Greenwald, na altura a trabalhar para o jornal The Guardian, em 2013, que revelou ao mundo as descobertas de Edward Snowden sobre os polémicos programas de vigilância dos Estados Unidos. As suas reportagens mereceram-lhe o Prémio Pulitzer.
Depois fundou a plataforma de notícias The Intercept, que denunciou recentemente alegadas interferências do atual ministro da Justiça brasileiro, Sérgio Moro, no processo Lava-Jato. Bolsonaro aponta-lhe escutas ilegais e fala na hipótese de prisão. Greenwald contrapõe com o interesse público dos brasileiros.