Portugal entra na greve do "estado de crise energética"

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De  Michel Santos
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A greve dos motoristas de substâncias perigosas começa esta segunda-feira e com cidadãos, empresas e serviços abastecidos ao máximo com combustível. A paralisação não tem prazo para acabar. O governo está preparado para avançar com requisição civil se necessário.

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Penúria de combustíveis, um cenário que as autoridades portuguesas pretendem evitar mas haverá consequências inevitáveis da greve dos motoristas de mercadorias e matérias perigosas que começa esta segunda-feira e por tempo indeterminado em Portugal. O aviso é do primeiro-ministro português António Costa que diz estar preparado na máxima força dentro da lei.

"Teremos um conselho de ministro eletrónico há hora que for necessária para assim que for constatada uma situação de incumprimento ser decretada a requisição civil", explicou o chefe de governo socialista.

O primeiro-ministro sublinha que o desrespeito pela requisição civil e um crime de desobediência.

Na última semana, cidadãos, empresas e serviços correram aos postos de abastecimento para se prepararem para o pior com a greve. Mesmo a Policia e a Guarda nacional podem ser chamados assumir ações de abastecimento.

Este domingo de manhã, os representantes do patronato acreditavam que os sindicatos iriam desrespeitar os serviços mínimos, depois de não terem fornecido a lista de trabalhadores disponíveis para o efeito. "Os sindicatos preparam-se para incumprir os serviços mínimos decretados pelo governo. Não é possível fazer outra leitura. Que resistência poderia haver por parte de um sindicato em fornecer as listagens dos trabalhadores para as empresas depois para que depois essas empresas possam alocar esses trabalhadores no cumprimento dos serviços mínimos", questionou André Matias de Almeida, da ANTRAM (Associação Nacional de Trasportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias).

 Os sindicatos afirmam o contrário, mesmo considerando os serviços mínimos como serviços máximos e afastam responsabilidades. "Não conseguimos adivinhar quantos trabalhadores podem cumprir os serviços mínimos. É humanamente impossível porque não somos nós que organizamos o trabalho. A única parte que está de má-fé e a Antram que não nos envia com 96 ou 48 horas de antecedência quais são os serviços e quantas pessoas são necessárias", explicou Pedro Pardal Henriques, da (ANMMP) Associação Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas.

Pardal Henriques deixou no entanto um aviso. "Deixo bem claro, [os motoristas] só vão fazer oito horas de trabalho, não vão fazer mais do que oito horas de trabalho. E para que fique claro, para uma pessoa ir de Lisboa para o Algarve são necessárias muito mais do que 8 horas de trabalho", salientou.

Os sindicatos exigem a passagem de um salário de base de 630 euros para 900 ate 2022. Os patrões recusam, tendo em conta que com subsídios, complementos e ajudas de custo os motoristas recebem o suficiente.

Resta saber como vai acabar este braço-de-ferro.

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