Portugal, Espanha, França, Alemanha, Roménia e Luxemburgo vão receber os menores que já estão em Lampedusa. O ministro italiano do Interior diz que a "decisão foi do primeiro-ministro"
O governo italiano vai autorizar o desembarque de menores a bordo do Open Arms, o navio da ONG espanhola que está ao largo de Lampedusa. A informação é do jornal La Repubblica, que cita uma carta do ministro italiano do Interior. Matteo Salvini diz que responde a um pedido direto do primeiro-ministro Giuseppe Conte. "Autorizo o desebarque de menores apesar do que penso. A escolha é do primeiro-ministro," escreve Salvini.
Portugal, Espanha, França, Alemanha, Roménia e Luxemburgo vão receber os menores que foram autorizados a desembarcar em Lampedusa.
Matteo Salvini acusa a Open Arms de entrar numa "batalha política" usando os migrantes que procuram atravessar o Mediterrâneo. O ministro italiano do Interior usou o Twitter para responder à organização espanhola, que transporta 134 migrantes resgatados ao mar há 16 dias, sem autorização para os desembarcar.
"Em 16 dias, tinham tido tempo de chegar a vossa casa, em Espanha. Vergonha", diz Salvini.
O fundador da organização Open Arms diz que o navio é um barril de pólvora, pronto a explodir. Diz Óscar Camps que a partir agora "não se podem sentir responsáveis pela segurança das pessoas a bordo do Open Arms; De nenhum dos 134 resgatados e 19 voluntários que estão sequestrados no navio, porque é impossível manter a calma". Nas palavras do fundador da organização espanhola, "há 100 maneiras de uma pessoa se auto-mutilar ou suicidar-se a bordo do Open Arms" e não existe "capacidade de os travar ou sequer de os controlar "
Riccardo Gatti, chefe da Missão do Open Arms, explica que é difícil o equilíbrio a bordo. "Infelizmente, cada saída de pessoas, cada pequena mudança cria uma reação adversa e incontrolável".
O presidente do Parlamento Europeu, o italiano David Sassoli, apelou ao desembarque imediato de todos os migrantes a bordo do Open Arms.
Em situação frágil está também a embarcação Ocean Viking. Os Médicos Sem Fronteiras, uma das organizações responsáveis por este navio, pede às autoridades europeias uma resposta imediata para as 356 pessoas resgatadas - algumas há 10 dias no mar.