A 19 de agosto de 1989, durante o "Piquenique Pan-Europeu", vários alemães-orientais aproveitaram para cruzar a fronteira
Símbolo de convivência pacífica, em teoria, na prática, o "Piquenique Pan-Europeu" de 19 de agosto de 1989 teve um efeito dominó na mudança de regime no bloco comunista da Europa do Leste.
O evento, que decorreu na fronteira austro-húngara, perto da cidade húngara de Sopron, acabou por abrir a primeira brecha na Cortina de Ferro. Cerca de 600 pessoas da Alemanha Oriental aproveitaram a abertura da fronteira durante três horas para fugir.
A Hungria decidiu desmantelar as instalações de vigilância estabelecidas ao longo da fronteira em maio. Em junho, os chefes da diplomacia austríaca e húngara, Alois Mock e Gyula Horn, cortaram simbolicamente parte da vedação que separava os dois lados.
No outono desse mesmo ano, começou o declínio comunista. Erich Honecker, líder da República Democrática Alemã, foi obrigado a demitir-se. Em novembro caiu o muro de Berlim.
Na Polónia, a oposição liderada pelo movimento Solidariedade estava em conversações com o Partido Comunista. Em junho houve eleições parcialmente livres e em setembro Tadeusz Mazowiecki tornou-se no primeiro chefe de Governo não comunista no leste europeu.
Em Varsóvia, a estátua de Félix Dzerjinsky, um símbolo da opressão comunista, acabou por ser demolida em novembro.
Nesse mesmo mês, na então Checoslováquia, começaram manifestações em massa. A Revolução de Veludo acabaria por precipitar a queda do regime do partido comunista. Václav Havel tornou-se um ícone da Revolução. Foi o último presidente da Checoslováquia e eleito primeiro chefe de Governo da República Checa.