Maioria dos deputados aprovou também a lei avançada pelos Trabalhistas, que impõe o alargamento do prazo para o Brexit por mais três meses.
Não é propriamente uma surpresa: Boris Johnson saiu derrotado em toda a linha das votações que decorreram, esta quarta-feira, no parlamento britânico.
O primeiro-ministro não chegou nem perto dos dois terços de assentos, o exigido pela lei, para que se aprovasse o cenário de eleições antecipadas para o dia 15 de outubro. Pouco antes, a maioria dos deputados tinha aprovado o texto final da lei avançada pelos Trabalhistas que impõe o alargamento do prazo para o Brexit por mais três meses, ou seja, até ao final de janeiro. Mas a Câmara dos Lordes terá ainda de pronunciar-se.
"Não quero eleições. As pessoas não querem eleições. O país não quer eleições. Mas esta Câmara não dá outra escolha a não ser deixar que sejam os cidadãos a decidir quem querem como primeiro-ministro. É a moção que apresento a esta Câmara", declarava Johnson.
Tudo isto sucede depois de Johnson ter perdido a maioria absoluta no parlamento, com um deputado a desertar da bancada conservadora e outros 21 a votarem ao lado da oposição.
"Estamos a evitar que este país saia no dia 31 de outubro, com todas as consequências que se sabe. O primeiro-ministro conhece os documentos, sabe o impacto que isto terá na vida das pessoas e no emprego neste país. É uma atitude cínica de um primeiro-ministro cínico", contrapunha Jeremy Corbyn, o líder trabalhista.
Quais são as soluções que restam a um primeiro-ministro que assumiu o poder há apenas seis semanas? Não é claro. Há apenas uma certeza bem evidente por agora: a desagregação parlamentar no meio do caos em que mergulhou a Câmara dos Comuns.