Os pescadores dinamarqueses estão desesperados com o desaparecimento dos peixes do Mar Báltico. A origem pode estar nas algas que absorvem o oxigénio.
No Mar Báltico, a proliferação de algas que absorvem o oxigénio está a matar os peixes. Os especialistas acreditam que o fenómeno se deve aos nutrientes do estrume líquido das explorações de gado que chega ao mar, através dos rios. Na Dinamarca, os pescadores estão desesperados.
Lars Hast deixa a triste constatação: "É praticamente impossível apanhar peixes. As únicas espécies que pesco agora são: caranguejo, lagosta e enguia". Depois, explica: A pesca de inverno é baseada no bacalhau e na solha, que desapareceram completamente daqui", para concluir: "É frustrante não saber se se tem dinheiro suficiente para pagar as próximas contas".
Todos os anos, a fauna marinha de cerca de 14 mil quilómetros quadrados das águas da Dinamarca desaparece. As associações ambientais pedem medidas urgentes ao governo. Os cientistas do programa para a Ciência e Tecnologia Aquática - Aqua - da Universidade da Dinamarca (DTU) têm estudado o fenómeno.
A responsável pela equipa de investigação, Marie Storr-Paulsen, afirma: "Se isto ocorre devido ao aumento da temperatura, isto tem a ver com o aquecimento global e, a curto prazo, é difícil fazer o que quer que seja a esse respeito. Mas se fôr redução de oxigénio; se tem a ver com os nutrientes, então pode reduzir-se a emissão de nutrientes".
Enquanto não há certezas, os pescadores tentam manter a esperança:
Lars Hast deixa o desabafo: "Espero que o bacalhau e a solha voltem, ao fim de anos de ausência, para ver conseguimos seguir em frente".
Este tipo de fenómenos vem-se repetindo em diversas regiões do globo, como em Portugal, nas águas do Tejo em 2015 ou ainda na lagoa Manguaba, em Maceió, no Brasil, em 2013 para citar apenas dois exemplos.