A Turquia prepara-se para lançar uma vasta ofensiva, depois das tropas norte-americanas começarem a retirar no noroeste da Síria. Os combatentes curdos prometem defender-se contra uma invasão turca
A União Europeia está extremamente preocupada com o anúncio da retirada das tropas norte-americanas do noroeste da Síria, deixando a porta aberta a uma ofensiva turca em larga escala contra as milícias curdas.
A França, por seu lado, apelou a Ancara para se abster de qualquer operação militar que contribua para o ressurgimento do grupo extremista Estado Islâmico.
Em Bruxelas, a porta-voz da Comissão Europeia, Maja Kocijancic, frisou que "reavivar as hostilidades armadas não só vai exacerbar o sofrimento civil [...] mas também porá seriamente em risco os esforços políticos apoiados [pela União Europeia]. [A UE] apela aos garantes [do processo] de Astana - que incluem a Turquia - para assegurarem a cessação das hostilidades".
Os combatentes curdos que compõem a maioria das Forças Democráticas Sírias, principais aliados dos Estados Unidos na luta contra o Estado Islâmico, acusam Washington de "não cumprir os compromissos".
No Twitter, Donald Trump afirmou que os curdos "receberam enormes quantidades de dinheiro e equipamento" para lutar ao lado das forças norte-americanas, acrescentando que eles "lutam há décadas com a Turquia".
O presidente norte-americano também criticou a Europa, dizendo que os Estados Unidos "fizeram um grande favor" ao capturar combatentes europeus do Daesh, que depois os países europeus "não quiseram aceitar de volta".
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, deixou claro que a vasta ofensiva curda pode ser lançada a qualquer momento.
As forças curdas prometeram defender-se contra uma "invasão turca", enquanto a população local saiu à rua para protestar contra a retirada norte-americana das posições junto à fronteira com a Turquia.