Presidente da Federação búlgara cedeu à pressão do respetivo primeiro-ministro, enquanto Boris Johnson e Aleksander Ceferin esgrimem responsabilidades
Os atos de racismo cometidos durante o jogo da seleção de Inglaterra na Bulgária, esta segunda-feira, já provocaram a queda do presidente da Federação búlgara e uma troca de argumentos entre o líder do governo britânico e a UEFA.
Através do Twitter, o primeiro-ministro Boris Johnson exigiu uma "ação rápida e forte" ao organismo que superintende o futebol para erradicar o racismo dos estádios.
O presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, já respondeu e diz que "também os governos têm de fazer mais no combate ao racismo".
Na Bulgária, o primeiro-ministro Bokyo Borissov também não gostou de ver o comportamento dos compatriotas e, em consequência desta reincidência racista, exigiu a demissão do presidente da respetiva federação.
O ministro dos Desportos confirmou esta terça-feira de manhã a ordem do chefe de Governo para suspender o apoio à federação até à demissão do presidente.
O próprio Borislav Mihaylov confirmou a demissão pela tarde, através de uma publicação na página da Federação Búlgara de Futebol.
Durante o jogo desta segunda-feira, no Estádio Nacional de Sófia, o árbitro croata Ivan Bebek chegou a admitir parar a partida, confirmou o presidente da Federação inglesa.
"Que noite desapontante. Talvez uma das piores noites a que já assisti no futebol. O árbitro perguntou ao nosso selecionador se queria continuar. O Southgate disse-lhe para esperar pelo intervalo, faltavam quatro minutos, e iria falar com os jogadores. Em conjunto, decidiram continuar até ao fim. Queriam ganhar o jogo e não deixar que o racismo levasse a melhor", contou Greg Clark.
Desta vez, o racismo parece não ter levado a melhor. Ao intervalo, a Inglaterra já vencia 4-0. No final, ficou 6-0. Os ingleses ficam a apenas um ponto do Euro2020. A Bulgária já não tem hipóteses.