PM Costa desiludido com dois impasses na cimeira da UE

PM Costa desiludido com dois impasses na cimeira da UE
Direitos de autor REUTERS
De  Isabel Marques da Silva com Lusa
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Para o Governo português, o segundo dia da cimeira da União Europeia acabou de forma negativa. O primeiro-ministro António Costa ficou desiludido com o debate sobre o orçamento plurianual da União Europeia para o período 2021-2027 e com os entraves ao alargamento a mais dois países.

PUBLICIDADE

Para o Governo português, o segundo dia da cimeira da União Europeia, sexta-feira, em Bruxelas, acabou de forma negativa. O primeiro-ministro António Costa ficou desiludido com o debate sobre o orçamento plurianual da União Europeia para o período 2021-2027.

O chefe de governo diz que há "profundas divergências" entre os países contribuintes (como por exemplo Alemanha, Holanda, Finlândia), que querem reduzir o orçamento face ao volume que existiu no anterior pacote, não aumentando as suas contribuições, e aqueles que querem maior ambição e aumentar as verbas, como é o caso de Portugal e da maioria dos Estados-membros.

"Na nossa perspetiva, um bom sinal de aproximação à vontade política do Parlamento Europeu sem sacrificar o que de bem tem sido feito na política agrícola comum e na política de coesão, e dando condições financeiras para o desenvolvimento das novas áreas era, no mínimo, manter aquilo que são as atuais contribuições de 1,16% (do Rendimento Nacional Bruto)", explicou António Costa.

"Isso signficaria que a ninguém teria que ser pedido um esforço suplementar, mas também não teria que haver cortes relativamente às políticas anteriores", acrescentou.

Admitindo que há o risco de o calendário previsto para a adoção do futuro orçamento se atrasar e de se repetir a "descontinuidade" verificada há sete anos, ameaçando a execução atempada dos programas e fundos comunitários, o primeiro-ministro sublinhou, todavia, que também seria negativo "fazer rapidamente um mau acordo".

"Há esse risco, mas é sempre preciso ponderar entre a vantagem de fazer, rapidamente, um mau acordo ou investir mais algum tempo para obter um acordo melhor. Eu acho que, neste momento, manifestamente, não há condições para fazer qualquer tipo de acordo no curto prazo", disse.

REUTERS/Piroschka van de Wouw

Frustração de quem esperava entrar na UE

O chefe de governo português ficou, também, muito desiludido com o facto do Conselho Europeu ter adiado a decisão sobre a abertura oficial de negociações com a Macedónia do Norte e a Albânia com vista à sua adesão ao bloco. António Costa diz que os líderes ficaram de tentar obter consenso até à cimeira de Zagreb (Croácia), em maio de 2020.

O primeiro-ministro português notou a frustração que supõe para um país que "cumpriu todos os requisitos que lhe foram exigidos, e no caso da Macedónia do Norte teve mesmo de alterar o seu próprio nome", não ter a resposta que "necessariamente esperava", a da abertura das negociações.

"Sendo que abrir as negociações não significa concluir as negociações, significa só isso: vamos iniciar negociações. Que é um processo que pode demorar muitos, muitos anos, como aconteceu com Portugal, que entre o pedido de adesão e a adesão esperou dez anos. Há países que estão há muitos mais que há dez anos a negociar a entrada", lembrou.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Brexit: PM Costa espera que seja "o fim da linha"

Cimeira: Brexit e orçamento da UE testam unidade

UE dividida sobre orçamento plurianual