Os manifestantes, que querem a renúncia do Governo, bloquearam várias vias de comunicação e houve confrontos com o exército.
O braço de ferro entre as ruas e o poder continuou, este sábado, no Líbano.
No décimo dia de uma onda de protestos sem precedentes contra políticos considerados incompetentes e corruptos, foram registados conflitos violentos entre manifestantes e soldados em Trípoli.
Num bloqueio de estrada, o exército diz que disparou tiros para o ar, várias pessoas ficaram feridas.
"Exigimos uma investigação sobre todos os soldados que dispararam contra os manifestantes, pessoas pobres. São pobres porque estão com fome. Estamos a passar fome. As pessoas estão a morrer, não aguentam mais. Exigimos uma investigação transparente com o chefe do exército," afirma um manifestante.
O Líbano enfrenta um colapso económico nunca visto desde a guerra civil de 1975-90.
Como parte da onda de protestos que exige a renúncia do Governo, os manifestantes bloquearam várias vias de comunicação, inclusive no centro de Beirute.
"As ruas são o único meio de pressão que o povo tem. Não vamos sair das ruas até que as nossas exigências tenham resposta. O número de pessoas pode diminuir mas depois vai aumentar. Não é fácil a revolução ter sucesso no Líbano. Sejamos realistas, é muito difícil," revela um manifestante.
Os protestos já provocam ecos em Inglaterra. Centenas de manifestantes reuniram-se em frente da embaixada libanesa em Londres para demonstrar apoio àqueles que protestam nas ruas do país dos cedros.