Domingo de Presidenciais no meio de muita tensão no país

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De  Nara Madeira com LUSA, AFP
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A Guiné-Bissau a votos no domingo no meio de uma crise política que os guineenses, acreditam, põe em causa o fortalecimento da Democracia.

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A Guiné-Bissau vai a votos este domingo, sob o olhar atento de missões de observadores de várias organizações internacionais, entre elas a CPLP. 

São 12 os candidatos às eleições Presidenciais, o atual chefe de Estado, José Mário Vaz, e o presidente do principal partido do país, Domingos Simões Pereira, são dois deles.

A campanha eleitoral, que termina esta sexta-feira, arrancou num momento de especial tensão política depois do presidente demitir o governo de Aristides Gomes, que ele próprio nomeou após as Legislativas de seis de março e por se recusar a fazer do líder do PAIGC primeiro-ministro. 

José Mário Vaz nomeou Faustino Imbali para o cargo mas as reações da comunidade internacional, de grande parte dela pelo menos, levaram Imbali a demitir-se. 

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, da qual a Guiné-Bissau faz parte, exigia a sua demissão, e ameaçava com "pesadas sanções" aos responsáveis pela instabilidade política, um regresso ao passado não muito longínquo do país. 

Apesar do recuo, os chefes de Estado da CEDEAO decidiram reforçar a presença da força de interposição Ecomib no país temendo uma possível tentativa, de José Mário Vaz, de usar as Forças Armadas para se impor, a organização africana queria evitar "um golpe de Estado". 

Apesar do burburinho, o chefe das Forças Armadas guineenses afastava os temores garantindo que os militares estão sujeitos à Constituição e que nunca mais a violarão.

É neste cenário que acontecem as Presidenciais. Eleições cruciais para o país ainda que para o líder da Rede Nacional das Associações Juvenis, faltem ideias e propostas por parte dos candidatos:

"Nós, enquanto jovens, esperávamos que os candidatos fossem capazes de apresentar um manifesto político, que fossem capazes de apresentar as visões sobre a Guiné-Bissau, para os próximos cinco anos, caso lhes sejam confiados os destinos do país mas, infelizmente, nem todos os candidatos dispõem de um manifesto e isso acaba por dificultar a escolha por parte dos jovens.

Recentemente, oito das principais organizações juvenis do país promoveram um debate, um diálogo, entre a juventude e os candidatos. Infelizmente, dos doze candidatos que estão a concorrer às eleições apenas compareceram três. Isso é, de facto, lamentável. 

Nós esperávamos uma outra atitude por parte dos candidatos, que primassem pelo diálogo, pelo debate político, ao invés de continuarem com discursos de troca de acusações e outro tipo de discursos com um cariz étnico ou religioso, que em nada abona para o fortalecimento da nossa democracia", explica Seco Duarte Nhaga.

O que vai acontecer é uma incógnita mas a divisão estridente do eleitorado que votava PAIGC pode penalizar Domingos Simões Pereira. Se a primeira volta não for conclusiva parte-se para uma segunda marcada para 29 de dezembro.

Editor de vídeo • Nara Madeira

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