A cimeira sobre as alterações climáticas de Madrid centra as atenções na alínea. Mas, porquê?
À imagem da do ano passado, o sucesso da Cimeira sobre as alterações climáticas de Madrid depende de um ponto: O Artigo 6 do Acordo de Paris.
A linha do documento de 2015 diz que os países que mais poluem deverão pagar mais pelas emissões que fazem. Ou seja, os mais poluidores deveriam comprar a própria poluição, de maneira a compensar os países que menos poluem. Na teoria, todos os países concordam com o artigo, mas ninguém sabe como aplicá-lo.
O representante do Egito, Wael Aboulmagd, diz que por detrás deste ponto há "interesses" individuais. "São questões muito difíceis, temos de aceitar isso. Todos os países estão à procura do melhor resultado com base nos próprios interesses.", explica.
Alguns países, como a China, querem tirar vantagem do facto de terem financiado projetos em países em desenvolvimento para evitar novos cortes de emissões; outros acreditam que o Artigo 6 é ambíguo e não deverá resolver o problema climático.
O conselheiro-chefe sobre as alterações climáticas da WWF diz que as negociações passam por eliminar as lacunas que ainda existem no Acordo de Paris. "Queremos um acordo sólido onde as regras sejam respeitadas.", conta Stephen Cornelius.
Dentro do artigo 6, as divergências a negociar ultrapassam as 600. Se nada for acordado em Madrid, a implementação do Acordo de Paris adia-se por mais um ano, num planeta sem tempo a perder.