Nulo, manifestações e confrontos num Barça-Real escaldante

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De  João Paulo Godinho
Nulo, manifestações e confrontos num Barça-Real escaldante
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O desafio entre Barcelona e Real Madrid, em atraso para a 10ª jornada da Liga espanhola de futebol, ficou hoje marcado pelas ações de protesto dentro e fora do estádio Camp Nou, com os confrontos no exterior do recinto a provocarem pelo menos 21 feridos.

Os Mossos d'Esquadra carregaram sobre manifestantes, para evitar confrontos entre a claque radical dos catalães, os Boixos Nois, e apoiantes da independência daquela região, provenientes do movimento 'Tsunami Democràtic', responsável por reunir cerca de 5.000 pessoas em protesto contra a sentença judicial que condenou políticos independentistas da Catalunha.

Se o jogo já tinha uma enorme dimensão política, face à tensão entre Catalunha e o governo central, esse sentimento ficou ainda mais visível com uma ação de protesto que interrompeu a partida por alguns instantes.

Bolas e balões amarelos foram lançados para o relvado e nas bancadas liam-se tarjas a exigir a Madrid para se sentar e conversar com os independentistas catalães.

Num jogo rodeado de fortíssimas medidas de segurança, que implicaram um dispositivo de 3.000 efetivos, a política falou mais alto do que o futebol, onde o espetáculo ficou aquém das expectativas do 'El Clásico'.

Os dois rivais partiam em igualdade no comando do campeonato, com 35 pontos em 16 jogos, e em igualdade terminaram a partida, repartindo o domínio ao longo dos 90 minutos: melhores oportunidades para os 'merengues' no primeiro tempo, mais controlo e pressão dos catalães - que contaram com o internacional português Nélson Semedo no onze - na etapa complementar.

Contudo, nenhuma das equipas conseguiu marcar e ambas ficam com 36 pontos na liderança de ‘La Liga’, com mais cinco pontos do que o Sevilha, terceiro classificado, num jogo adiado devido aos protestos em Barcelona em torno da data original (26 de outubro).