Protestos pela independência da Catalunha marcaram o jogo de futebol entre o Barcelona e o Real Madrid, esta quarta-feira.
Perante um Barcelona-Real Madrid são sempre esperados momentos de tensão. Mas, esta quarta-feira, logo às portas do Camp Nou, a festa do futebol tornou-se mais política do que nunca.
Além dos milhares de fãs habituais, cerca de cinco mil pessoas responderam ao apelo do movimento Tsunami Democrático e compareceram no recinto para gritar pela independência da Catalunha.
Na rua, uma das manifestantes alega que este "não é um clássico normal", porque "a situação na Catalunha também não é normal" e pede que libertem "os presos políticos". Reconhece que "um jogo contra o Real Madrid é sempre especial", mas defende que "o mais importante é a injustiça para com a Catalunha".
Um forte dispositivo policial de três mil agentes tentou conter os protestos. As medidas de segurança foram de tal forma excecionais que as duas equipas partilharam o hotel e chegaram juntas ao estádio.
Mas nas bancadas pôde-se ler tarjas com mensagens da Catalunha exigindo a Madrid para se "sentar e falar"; no campo, ao longo dos 90 minutos, foram caindo bolas e balões amarelos, como símbolo da luta pró-independentista.
Os ânimos exaltados acabaram por contrastar com o jogo morno, de onde as equipas saíram empatadas a zero. Os dois rivais já tinham chegado em pé de igualdade, com 35 pontos em 16 jogos,
A partida, prevista para a 10.ª jornada, era para ter acontecido a 26 outubro, mas foi adiada para esta quarta-feira, por receio de confrontos.
No entanto, a a Catalunha permanece inflamada pela tensão política, depois de, no outono, nove líderes separatistas terem sido presos, pela participação no referendo pela independência da região, em 2017.