Segurança máxima para o Barcelona-Real Madrid

Mais do que um jogo, o duelo desta noite entre Barcelona e Real Madrid tem a política como pano de fundo. Adiado desde outubro, devido aos protestos na Catalunha, o encontro deixou esta quarta-feira a região em alerta máximo.
Ao apelo do movimento Tsunami Democrático para cercar o estádio Camp Nou, as autoridades espanholas reagiram com a maior mobilização de sempre para um jogo. A plataforma que coordena ações de desobediência civil, em protesto contra a condenação de independentistas catalães, promove hoje um "dia de mobilização". Segundo a plataforma separatista 'online', mais de 25.000 manifestantes concordaram em reunir-se nas imediações do Camp Nou.
Nesse sentido, mais de 3.000 elementos foram destacados, entre Mossos D'Esquadra, Polícia Nacional, Guardia Civil e segurança privada do Barcelona. O dispositivo de segurança impôs mesmo alterações, com as duas equipas e até os árbitros a ficarem concentrados no mesmo hotel.
"Sabemos do que as pessoas estão a falar. Mas a nossa principal preocupação é o jogo em si. Quanto a tudo o resto, não nos importa muito. Estamos concentrados nos 90 minutos em campo, é o lugar onde temos de agir", afirmou o técnico do Barcelona, Ernesto Valverde.
Por sua vez, Zinedine Zidane, treinador dos 'merengues', desvalorizou na antevisão da partida a mudança de rotinas: "Regras são regras. Eles disseram que temos de ir juntos (para o estádio), então vamos juntos. É o que é, não há mais nada a dizer. O importante é que joguemos a partida".
Se a expetativa é enorme fora do relvado, dentro das quatro linhas este clássico é encarado como um dos menos espectaculares dos últimos anos.
As duas equipas estão empatadas no primeiro lugar, com 35 pontos em 16 jogos, numa época marcada pela irregularidade de madrilenos e catalães.
No entanto, há quem veja o jogo como uma oportunidade de aproximação entre Barcelona e Madrid.
É o que sugere um novo graffiti na cidade catalã, onde os defesas Piqué e Sergio Ramos - dois símbolos dos respetivos clubes e de convicções políticas muito distintas (Piqué defende a independência da Catalunha, enquanto Sergio Ramos é um apoiante da unidade territorial e política de Espanha) - põem as divergências de lado... e dão um beijo em nome da paz.