Multiplicam-se as críticas à justiça saudita no caso Khashoggi

Multiplicam-se as críticas à justiça saudita no caso Khashoggi
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ONU, governo turco, Amnistia Internacional: sucedem-se as críticas à justiça saudita, que inocentou os alegados mentores do homicídio de Jamal Khashoggi.

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A sentença do processo Jamal Khashoggi, que resultou na condenação de oito homens - cinco à pena capital - representa "tudo menos justiça". O anúncio da procuradoria saudita gerou esta reação junto da equipa nomeada pela ONU para investigar o caso.

Depois de exonerar o príncipe herdeiro, identificado pela CIA e outras agências como o mandante direto do homicídio, a justiça saudita inocentou os alegados mentores da operação: o general Ahmed Al-Assiri e o conselheiro Saoud Al-Qahtani, próximos de Mohammed Ben Salman.

"O secretário-geral da ONU continua a sublinhar a necessidade de uma investigação independente e imparcial do homicídio, para garantir uma análise global e o apuramento de responsabilidades pelas violações de direitos humanos cometidas. O secretário-geral realça também o empenho da ONU em proteger a liberdade de expressão, os jornalistas, assim como a oposição à pena de morte", declarou Stephane Dujarric, porta-voz de António Guterres.

Jamal Khashoggi, dissidente do regime e cronista do Washington Post, exilado nos Estados Unidos, terá sido morto, ao que tudo indica, através de uma injeção letal no interior do consulado saudita em Istambul, em outubro de 2018.

Os restos mortais, que terão sido desmembrados, nunca foram encontrados. Do governo turco à Amnistia Internacional, as reações à sentença foram de incredulidade.

"A condenação de cinco dos acusados à pena de morte só pode ser interpretada como uma intenção de silenciar definitivamente as testemunhas ou até os executores deste assassinato horrendo", aponta Christophe Deloire, dos Repórteres sem Fronteiras.

A justiça saudita também não deu como provado qualquer ato premeditado na sequência da deslocação de um grupo de 15 homens que estariam a aguardar Khashoggi, no interior do edifício diplomático em Istambul.

A noiva do jornalista, Hatice Cengiz, declarou que a decisão é "inaceitável". No entanto, um dos filhos de Khashoggi, Salah, que continua a residir na Arábia Saudita, afirmou que "foi feita justiça".

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