Grécia, Israel e Chipre lançam projeto EastMed

Há muito que se falava na implementação do projeto do gasoduto EastMed e vai, finalmente, passar-se à ação. Grécia, Israel e Chipre propõem-se revolucionar o setor da energia na Europa e assinaram, esta quinta-feira em Atenas, um acordo para executar a obra.
O primeiro-ministro israelita mostra-se entusiasmado. Benjamin Netanyahu diz acreditar que o gasoduto "abrirá novas oportunidades no setor da energia, à Europa". Acrescenta que o projeto é importante "para a segurança" do velho continente, mas também para as economias dos países que nele estão a apostar. Diz ainda que será uma forma de ancorar a cooperação regional.
O gasoduto de 2000 quilómetros permitirá transferir entre nove e 12 mil milhões de metros cúbicos, por ano, das reservas de gás marítimas entre Israel e Chipre para a Grécia e depois para Itália e países dos Balcãs.
A descoberta de reservas de hidrocarbonetos no Mediterrâneo oriental provocou uma contenda entre Chipre e a Turquia, que ocupa a parte norte desta ilha mediterrânica.
A Turquia, que não reconhece o governo de Nicósia, já foi alvo de sanções por parte da União Europeia por enviar navios à procura de petróleo e gás ao largo de Chipre.
O presidente turco fez um controverso acordo marítimo com a Líbia para vincar as reivindicações de Ancara em relação a uma vasta área marítima rica em gás natural. Erdogan teme agora que o projeto EastMed ponha em causa os seus esforços para ampliar o controlo turco sobre esta região.
A Turquia tem dito, repetidamente, que nenhum acordo pode ser implementado, na região, sem o seu aval e participação. Ainda assim, o EastMed vai avançando, independentemente, das objeções do chefe de Estado turco.