Nyusi estabelece "paz" como objetivo principal da ação política

Filipe Nyusi tomou posse em Maputo e iniciou o segundo mandato como Presidente da República de Moçambique
Filipe Nyusi tomou posse em Maputo e iniciou o segundo mandato como Presidente da República de Moçambique Direitos de autor Feraht Momade/ASSOCIATED PRESS
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De  Teresa Bizarro com Lusa, AP
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Presidente de Moçambique tomou posse para o segundo mandato

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O chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, foi o único líder europeu a marcar presença na tomada de posse de Filipe Nyusi, como presidente de Moçambique. A circunstância não mereceu sequer uma palavra do líder da FRELIMO. Nyusi insiste na frase de campanha - "Moçambique tem tudo para dar certo" - e põe a paz no centro da ação política.

"No mandato que agora começa, continuaremos a apostar na preservação da paz, como condição indispensável do desenvolvimento, continuaremos, nem que isso nos custe a vida, a defender e promover a paz", afirmou Filipe Nyusi, no discurso de tomada de posse para um segundo e último mandato na Presidência da República.

Filipe Nyusi prometeu estimular o diálogo franco e aberto com todas as forças políticas e sociais, como mecanismo privilegiado de preservação e resolução de conflitos e promoção da coesão nacional.

Presente em Maputo, o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, desvalorizou a ausência de líderes europeus na cerimónia de tomada de posse de Filipe Nyusi como chefe de Estado moçambicano. “Estando Portugal, representamos muito bem a União Europeia”, disse.

Presentes na capital moçambicana estavam dois outros chefes de Estado lusófonos: João Lourenço, de Angola, e Jorge Carlos Fonseca, de Cabo Verde, que atualmente detém a presidência da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Ruanda, Quénia, Zâmbia, Zimbabué, África do Sul, Botswana, Maurícias completam a lista de chefes de Estado presentes.

Estabilidade ameaçada no Norte do país

Para o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Moçambique é um país “muito estável” do ponto de vista político, que pôs fim a uma guerra civil “muito dolorosa” e criou um regime parlamentar pluripartidário, apesar de partilhar problemas internacionais. “Como todos nós, Moçambique também está sujeito às ameaças que nos atingem a todos, à cabeça das quais eu coloco as redes terroristas internacionais que infelizmente também ameaçam o norte de Moçambique, como ameaçam Portugal, a Europa ou o Médio Oriente”, disse Santos Silva.

Vários ataques na província de Cabo Delgado fizeram já 350 mortos e desalojaram 60 mil pessoas. Informação que consta do plano global de ajuda humanitária das Nações Unidas.

Também presente na tomada de posse de Nyusi, o antigo Presidente moçambicano Joaquim Chissano defendeu a cooperação internacional no combate aos grupos armados que protagonizam uma onda de violência na província de Cabo Delgado, norte do país. "No Norte, a outras soluções possíveis, acrescentamos a necessidade de cooperação internacional com os nossos vizinhos", declarou Joaquim Chissano, falando aos jornalistas à margem da cerimónia de tomada de posse de Filipe Nyusi, para um segundo mandato de cinco anos na Presidência da República.

"É todos estarmos unidos, sem cores partidárias, todos unidos para encontrar formas de acabar com os conflitos", acrescentou.

Os ataques armados na província de Cabo Delgado surgiram em 2017, protagonizados por residentes frequentadores de mesquitas consideradas "radicalizadas" por estrangeiros. Nunca houve uma reivindicação da autoria dos ataques, com exceção para comunicados do grupo "jihadista" Estado Islâmico, que desde junho tem vindo a chamar a si alguns deles, com alegadas fotos das ações, mas cuja presença no terreno especialistas e autoridades consideram pouco credível.

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