Cidade vive quase sem água

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De  Ricardo FigueiraDamian Vodenitcharov (na Bulgária)
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Ex-ministro do ambiente da Bulgária foi preso depois da má gestão que levou a maior parte da pouca água existente a ser desviada para as indústrias.

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São três da tarde em Pernik, a 20 quilómetros da capital da Bulgária, Sófia. As crianças do jardim infantil Kalina Malina estão a acordar da sesta e, numa situação normal, teriam água para o resto da tarde. Mas isso nem sempre acontece. A crise da água nesta cidade de 90 mil habitantes está na origem da prisão do ex-ministro do ambiente Neno Dimov.

"Usamos água mineral para beber e para cozinhar as refeições das crianças. Para as limpezas, armazenamos a água em bidões às três da tarde, que é quando vem a água. Fazemos as limpezas que temos de fazer e enchemos para o dia seguinte", explica a diretora do infantário, Mihaela Ivailova.

A água chega com uma hora de atraso, o que não é de espantar, tendo em conta o que se passa com o reservatório. Há três milhões de metros cúbicos de água, para uma capacidade total de 20 milhões. Isso seria suficiente, se não fossem todas as fugas que há, desde aqui até Pernik.

Cerca de 65% da água potável perde-se devido às fugas nas condutas. O racionamento começou em novembro e tem vindo a agravar-se. Segundo as previsões, deve durar pelo menos até abril. A principal razão para falta grave de água é que as fábricas da cidade nunca deixaram de receber água. Neno Dimov garantiu sempre o abastecimento, apesar dos relatórios que davam conta de níveis extraordinariamente baixos no reservatório central.

"O reservatório de Studena não pode abastecer a indústria. A prioridade deve ser dada aos residentes. Não podemos deixar que a água limpa e potável vá para as fábricas. São grandes entidades industriais, que podem escavar poços e encontrar alternativas a longo prazo", diz o presidente da Câmara da cidade, Stanislav Vladimirov.

A principal fábrica de aço da cidade não quis responder às perguntas da Euronews, mas os sindicatos avisam que um corte no fornecimento de água pode implicar a suspensão de 1500 trabalhadores. As autoridades locais não querem que haja racionamento, pelo menos até às eleições marcadas para outubro. Até haver uma solução, Pernik vai receber água através da infraestrutura que fornece Sófia.

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