A euronews encontrou-se com Ivan Martinushkin, veterano do Exército Vermelho que participou na libertação de Auschwitz-Birkenau.
Ivan Martinushkin era um jovem tenente de 21 anos quando participou na libertação do campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau. Hoje com 96 anos, é um dos últimos sobreviventes da operação que pôs fim à mais infame das máquinas de morte montadas pelos nazis durante a Segunda Guerra Mundial.
Homenageado pelo Congresso Judaico da Rússia com um prémio de guardião da memória, a euronews foi ao encontro dele, para que partilhasse connosco a história, com H maiúsculo, que viveu e testemunhou.
Relato na primeira pessoa
Depois de uma batalha intensa, atravessámos uma aldeia e conseguimos penet rar em todo o perímetro do campo, todo rodeado de arame farpado,. Por detrás desse arame havia edifícios. Quando nos aproximámos, começaram a disparar contra nós. Pareceu-nos que os tiros vinham de lá, parecia haver canhões nos edifícios. Pedimos licença para disparar e então o nosso comandante disse-nos que por detrás da cerca havia um campo de prisioneiros e que não disparássemos, para que não houvesse balas perdidas e não fôssemos criar mais problemas àqueles que lá estavam . Foi assim que ficámos a saber que havia ali um campo de prisioneiros.
As pessoas estavam exaustas... não conseguiam sequer sorrir. Só conseguimos perceber, pelos olhos luminosos, que eles sabiam que a liberdade tinha chegado. A libertação tinha chegado e aquele iferno em que viviam tinha acabado.