Rússia bloqueou iniciativa para declaração a exigir o fim das hostilidades no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
As condições de vida no noroeste da Síria estão a degradar-se de dia para dia. Centenas de milhares de sírios continuam a fugir da ofensiva das tropas do regime, apoiadas pela Rússia, que empurram para a fronteira com a Turquia cada vez mais crianças e bebés sob condições deploráveis.
O alerta foi deixado hoje, quarta-feira, pelo enviado especial da ONU para a Síria. Geir Pedersen revelou ainda que morreram centenas de pessoas na região só nos últimos três meses.
"Estamos alarmados com a rápida deterioração da situação humanitária no noroeste da Síria e com o sofrimento trágico de civis. A ofensiva em curso forçou o deslocamento de quase 900.000 civis desde 1 de dezembro e centenas de pessoas foram mortas no mesmo período", disse o responsável.
Já esta quarta-feira, a Rússia opôs-se à adoção pelo Conselho de Segurança de uma declaração proposta pela França, que exigia o fim das hostilidades no noroeste da Síria.
"Tentámos arduamente ter uma declaração pública a apelar ao fim das hostilidades e ao acesso de ajuda humanitária a Idlib. Basicamente, a Rússia disse não, o que nos custa muito. O processo de Astana não está a funcionar, é um facto", admitiu Nicolas de Riviere, embaixador francês para a ONU.
A oposição da Rússia à adoção de um texto comum que apelava ao fim dos combates na região de Idlib foi apoiada pela China, segundo os diplomatas.
Em vez de uma diminuição da violência, o noroeste sírio enfrenta uma escalada de tensão.
Desde 2011, a guerra civil na Síria já fez mais de 380 mil mortos e milhões de refugiados.