Espanha, França e Portugal adotam "medidas drásticas" de combate ao COVID-19

Espanha, França e Portugal adotam "medidas drásticas" de combate ao COVID-19
Direitos de autor Euronews
De  Euronews com Lusa
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Governos querem apoio dos cidadãos numa fase em que a pandemia se propaga.

PUBLICIDADE

As medidas são drásticas mas são obrigatórias para combater a propagação do novo coronavírus. A garantia foi dada pelo Governo espanhol. O presidente do executivo, Pedro Sánchez, anunciou este sábado as novas regras que incluem a proibição a todos os cidadãos de andar na rua, a não ser que seja para irem trabalhar, comprar comida ou à farmácia.

As medidas foram anunciadas por Pedro Sánchez depois de uma reunião do Conselho de Ministros, no quadro do estado de alerta. Sanchez apelou a todas as forças políticas nacionais e regionais para que sejam colocadas de parte as diferenças nesta altura de crise. A prioridade são os cidadãos. O chefe do Governo espanhol assegurou ainda que ao executivo não irá “tremer a mão na luta contra o vírus".

Em Espanha há mais de 5.700 casos de infeção e perto de 200 mortos. Em várias cidades espanholas, os cidadãos assomaram às janelas e varandas às 22 horas locais (mais uma hora do que em Lisboa) para aplaudir os profissionais de saúde que estão na linha da frente do combate ao surto de coronavírus no país. Um gesto de homenagem convocado nas redes sociais.

**Estabelecimentos "não essenciais" fechados em França
**

O primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, ordenou o encerramento de todos os estabelecimentos abertos ao público “não essenciais” a partir da meia-noite de hoje, perante o aumento dos infetados no surto de Covid-19.

“As primeiras medidas tomadas para limitar os ajuntamentos de pessoas não foram implementadas de modo perfeito", o que levou a "uma aceleração na propagação do vírus e, em alguns territórios, a um aumento do número de pessoas submetidas a ressuscitação", afirmou Édouard Philippe.

Por seu turno, o diretor-geral da Saúde, Jérôme Salomon, indicou que o país passou à Fase 3 (de 3) de combate à propagação acelerada da epidemia, o que significa que o vírus está agora a circular em todo o território.

A partir de domingo, só poderão abrir no país lojas de alimentos, farmácias, postos de combustíveis, bancos, tabacarias e quiosques, disse o primeiro-ministro numa conferência de imprensa, onde anunciou o encerramento de bares, restaurantes, discotecas, cinemas e outras lojas não essenciais.

O transporte público continuará disponível, mas o governante apelou aos cidadãos para limitarem as viagens, especialmente as viagens intermunicipais.

Em paralelo, o país irá realizar eleições municipais no domingo, depois de os peritos não terem aconselhado a sua suspensão.

“Confirmaram-nos que [as eleições] podem ser mantidas no estrito respeito às regras de distanciamento e com prioridade para os idosos e frágeis", disse o chefe de governo, convencido de que os franceses irão revelar "calma e civismo".

Nas últimas 72 horas, a França duplicou o número de pessoas afetadas, que agora é de 4.500, segundo números oficiais. Os dados indicam também 91 mortes, 12 a mais do que no dia anterior, e 300 pacientes em estado grave.

"Devemos todos mostrar mais disciplina juntos", disse o chefe do governo.

Portugal entrou "numa fase de crescimento exponencial da epidemia"

Em Portugal, o Governo decretou este sábado que os bares vão ter de fechar portas a partir das 21:00, todos os dias, como forma de tentar conter a propagação do surto de Covid-19. Uma decisão que tem efeitos imediatos e vai vigorar até ao dia 09 de abril.

A ministra da Saúde de Portugal, Marta Temido, disse este sábado que o pico da pandemia do Covid-19 está dependente da resposta dos cidadãos e apelou à adoção de comportamentos responsáveis, que permitam combater a transmissão da doença.

“Nós sabemos que estamos na curva descendente, mas não sabemos quanto tempo é que esse movimento vai durar. Sabemos é que esse comportamento da curva depende da adesão de cada um de nós aos comportamentos adequados”, afirmou aos jornalistas a governante.

Em conferência de imprensa conjunta com a Diretora Geral de Saúde, Graça Freitas, e com o presidente do Infarmed, Rui Ivo, a ministra da Saúde admitiu que “as próximas semanas vão ser duras” e apelou por várias vezes à adoção de comportamentos responsáveis.

PUBLICIDADE

“A velocidade com que a curva sobe depende muito de nós. Poderá subir mais lentamente se nos comportarmos adequadamente. E isso é importante porque permite ao sistema de saúde reagir com mais tranquilidade àquilo que é a necessidade de cuidados”, argumentou.

No mesmo sentido, a Diretora Geral de Saúde referiu que “os idosos são a população mais vulnerável” e pediu aos jovens que sejam mais compreensíveis com a situação, que “exige sacrifícios de todos”.

“Não estamos a impor isolamento obrigatório, mas há um mínimo de consideração. Se um jovem adoecer poderá não morrer, mas poderá causar a morte ao seu avô, à sua avó, ao seu tio-avô ou tia-avó, alertou Graça Freitas.

Por outro lado, a ministra da Saúde pediu ainda a todos os profissionais de saúde para que preencham todos os dados que façam parte do Sistema Nacional de Apoio à Vigilância Epidemiológica (SINAVE)

O SINAVE é um sistema de vigilância em saúde pública, que identifica situações de risco, recolhe, atualiza, analisa e divulga os dados relativos a doenças transmissíveis e outros riscos em saúde pública, bem como prepara planos de contingência face a situações de emergência ou tão graves como de calamidade pública.

PUBLICIDADE

“Essa é uma arma importante para combater a doença porque permite estudá-la melhor, conhecê-la melhor e antecipar mais corretamente aquilo que nos espera”, explicou.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Corrida aos supermercados

Produzam mais e "partilhem" equipamentos médicos na UE

Governo francês vai avançar com medidas para combater défice de 5,5%