Na sexta-feira Itália perdeu, em média, 26 pessoas a cada hora, para a COVID-19.
Com mais de quatro mil mortos Itália vive o pior drama na pandemia de COVID-19. O país já ultrapassou a China, que foi o epicentro deste vírus. Nos últimos dias, e depois de se pensar que a situação estaria, mais ou menos, controlada as mortes voltaram a disparar. Só na sexta-feira morreram 627 pessoas.
Angelo Borrelli, responsável da Proteção Civil, explicou, em conferência de imprensa, que é impossível saber "de forma exata, quando será o pico". O que se pode dizer, "com base nas restrições atuais", é que ele deverá ocorrer nas próximas duas semanas, "mas não temos dados científicos sobre isso. Existem apenas tendências e avaliações que terão de ser analisadas de forma objetiva", esclarece Borrelli.
Na sexta-feira, em Itália morreram, a cada hora, e em média, 26 pessoas. Os hospitais estão a rebentar pelas costuras e os médicos estão sob grande tensão. Lorenzo Grazioli, anestesista, diz que nunca se sentiu "tão stressado" na sua vida. "Sou anestesista na unidade de terapia intensiva e estou habituado a momentos intensos, e a ter de tomar decisões quando há pessoas em estado crítico e que podem morrer sem nenhum tratamento, e nós fazemos a diferença. Mas quando se está nesta situação percebe-se que não chega, que somos uma centena de anestesistas, que estamos a fazer o nosso melhor, mas que isso talvez não seja suficiente", explica.
Espera-se que as rígidas restrições permitam controlar a propagação, o que dará esperança a Itália e, em última análise, a todos os países tocados por esta pandemia.