Operação em 90 países apreendeu 37 mil artigos e fez 121 detenções
A Interpol lançou um alerta para a venda de equipamentos de proteção médica como máscaras, géis ou medicamentos antivirais não aprovados. A polícia internacional sublinhou que os criminosos estão a aproveitar-se da pandemia provocada pelo novo cronavírus para ganharem dinheiro rápido, das mais diversas maneiras.
O secretário-geral da Interpol, Jürgen Stock, alerta para um esquema que não é novo, mas assumiu uma nova forma.
"As pessoas devem ficar em alerta sempre que alguém lhes telefona a contar, digamos, qualquer história em relação, por exemplo, a parentes". Então temos, por exemplo, esta nova forma de fraude telefónica que enquanto fenómeno não é completamente novo. Conhecemos este fenómeno no passado onde, especificamente, o alvo era os idosos. Agora, as pessoas estão a receber chamadas telefónicas de alguém que finge ser agente de saúde. A história é "um parente que adoeceu e precisa de dinheiro para o tratamento médico".
Na Operação Pangea XIII, que decorreu no início do mês e contou com a participação de autoridades policiais, aduaneiras e reguladoras da saúde de 90 países foram apreendidos 37 mil artigos médicos ilegais no valor de cerca de 13 milhões de euros.
Durante a operação, foram identificados mais de dois mil anúncios eletrónicos de vendas de artigos falsificados ou ilícitos.
A operação levou ao desmantelamento de 37 grupos criminosos organizados e à detenção de 121 suspeitos.
Para Jürgen Stock, acrescenta que este é mais um meio que os criminosos encontraram para ludibriar os incautos, no entanto, ressalva que "o crime mais comum" não parou. Por isso, é importante uma maior coordenação das forças policiais dos vários países.
"É um trabalho pesado, claro, e já nem me refiro ao tráfico de pessoas, nem ao tráfico de drogas, nem à exploração infantil. Os serviços policiais têm que estabelecer prioridades e é cada vez mais importante que plataformas como a Interpol sejam utilizadas, que coordenemos as nossas atividades, que continuemos a partilhar informações relevantes porque o crime internacional, o terrorismo internacional, o cibercrime internacional estão a explorar a situação. Portanto, mais uma vez a plataforma global da Interpol é crucial para lidarmos da maneira mais eficiente com os recursos disponíveis".