Covid-19 arrasa rendimentos dos motoristas de taxi

Recolhimento obrigatório em Portugal afasta cidadãos dos transportes públicos
Recolhimento obrigatório em Portugal afasta cidadãos dos transportes públicos Direitos de autor JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA
De  Francisco Marques com AP, AFP, Lusa
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Em Portugal, os profissionais da praça terão sofrido uma redução de 60% no trabalho e, em França, chegou aos 80%

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Praça do Rossio, Lisboa. Até há pouco tempo, um foco de poluição sonora devido ao ruído do trânsito intenso em dia de semana. Agora, parece um estacionamento para carros de praça e até se ouvem os pássaros.

Os taxis têm poucos ou quase nenhuns clientes. É uma das consequências das medidas inerentes ao estado de emergência anunciado em Portugal a 18 de março e impostas no país dois dias depois. 

O confinamento social imposto aos portugueses devido à Covid-19 está a afetar os transportes públicos em geral. Para quem vive da quantidade desse trabalho, como os motoristas de taxis, ste período está a ter um forte impacto no rendimento familiar.

A Autoridade da Mobilidade e dos Transportes estima que "no  transporte urbano e intermunicipal ter-se-ão verificado reduções superiores a 60%, conforme as regiões", em termos de utilização e, logo, de receitas. 

Fernando Monteiro, de 43 anos, é taxista em Lisboa e continua a trabalhar por causa dos filhos. "É o que eu lhes digo: o pai tem de trabalhar porque não posso faltar com as coisas em casa. Pouco ou muito que faça, é para eles. Nestas alturas, pensamos é nos filhos e em mais ninguém", conta-nos. 

Para este profissional dos transportes públicos de Lisboa, "é muito triste" estar-se habituado "ao stresse do trânsito e dos clientes quererem chegar rápido ao destino e, neste momento, ver uma cidade que parece fantasma".

Apesar do otimismo que as autoridades e alguns cidadãos tentam passar, dizendo que "tudo vai ficar bem", o impacto negativo da pandemia na economia portuguesa é inevitável.

Este é no entanto, um problema global e nenhum país vai ser poupado.

França prolonga confinamento

Em França, primeiro pais europeu a conhecer a Covid-19 (primeiros casos foram registados a 24 de janeiro), o confinamento social foi anunciado um dia antes que em Portugal.

Daí para cá, os taxis em França perderam 80% do volume de negócios habitual, estima Didier Hogrel, presidente da Federação francesa dos Taxis (FNDT), que agrupa "mais de 1.500 empresas" do setor.

Hakim é um dps muitos motoristas de taxi que se mantém em serviço em Paris. Conta-nos ter de esperar "por vezes uma ou duas horas para conseguir uma corrida", mas assume uma missão de serviço público.

"Estamos aqui também para ajudar os médicos, as enfermeiras e todos os que precisarem de um taxi para ir trabalhar", sublinha.

Paris, tal como Lisboa e outras capitais europeias, parece agora uma cidade deserta e assim se vai manter. O confinamento social em França por causa da pandemia por este novo coronavírus foi já prolongado pelo menos ate 15 de abril.

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