Infeções graves a subir colocam hospitais portugueses sob pressão

Operacionais do INEM na Sala de Situação Nacional para a pandemia covid-19, Lisboa
Operacionais do INEM na Sala de Situação Nacional para a pandemia covid-19, Lisboa Direitos de autor ANDRÉ KOSTERS / LUSA
De  Francisco Marques com agência Lusa
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Atualização de domingo, às 13h (CET), do balanço de vítimas associado à pandemia deste novo #coronavirus

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Portugal somou mais 29 mortes e 754 infeções associadas à Covid-19, na atualização do balanço de vítimas deste domingo, em comparação com os números totais registados no sábado.

O número de pessoas recuperadas deste novo coronavírus voltou a manter-se inalterado, permanecendo nos 75.

Ao todo, de acordo com os números oficiais da Direção-geral de Saúde, estão registadas agora em Portugal 295 mortes associadas à pandemia e 11.278 casos de infeção pelo SARS-CoV-2.

A curva de infeções registadas revela uma taxa de crescimento de 7,2%.

Entre os profissionais de saúde, sejam do privado ou do setor público, há registo de 1.332 infeções, divididas por 231 médicos, 339 enfermeiros e 772 de outros serviços hospitalares. Ministério da Saúde está a tentar averiguar "eventuais fragilidades do sistema" em termos de segurança do trabalho na assistência aos pacientes com Covid-19.

Existem 1084 pacientes internados: 267 em cuidados intensivos (mais 16 este domingo).

Quase 5.000 pessoas continuam a aguardar resultado dos testes laboratoriais e mais de 23 mil pessoas estão sob observação dos serviços de saúde portugueses.

Lisboa continua a ser o concelho com mais infeções confirmadas (681), seguido de Porto pelo do Porto (660), com Gaia à beira dos 500 (499).

O Norte continua a ser a região portuguesa mais afetada pela pandemia, com 6530 pessoas infetadas e 158 óbitos.

Ministra pede mais eficiência hospitalar

"É particularmente importante percebermos que a pressão está a crescer (sobre os hospitais) e que daí resultam consequências", afirmou a ministra da Saúde, Marta Temido, durante a atualização da situação ao país, admitindo que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) terá de "fazer um reforço da capacidade da medicina intensiva".

A responsável pela tutela da saúde pública portuguesa sublinhou haver "um conjunto de doentes significativos que não precisam de internamento" e disser ser preciso recorrer ao SNS de "forma eficiente".

"É um ponto crítico da utilização do SNS os internamentos inapropriados devido aos constrangimentos de encaminhamento de utentes seja para a rede de cuidados continuados integrados seja para lares ou domicílios. É preciso um reforço de articulação de toda a nossa estrutura social para reservar os hospitais efetivamente para os casos graves e críticos", disse Marta Temido.

A atual capacidade de realizar testes em Portugal permite a Marta Temido falar de uma situação "confortável" e progressivamente "estabilizada" após a distribuição das zaragatoas e dos reagentes recebidos no sábado.

Apesar das reconhecidas "dificuldades", "não é desejável nem aceitável", avisou, a marcação de testes para depois da Páscoa como está a ser feito por alguns laboratórios.

A progressão da doença em Portugal não tem sido tão grave como noutros países, nomeadamente na vizinha a Espanha, mas sobretudo pelo bom comportamento de isolamento social da maioria dos portugueses, enaltecem vários governantes. 

O respeito pelas regras é para manter, até porque, como dizia Temido no sábado, esta "é uma longa maratona" e as medidas de confinamento e mitigação do vírus são para continuar e a responsabilidade dos portugueses em cumpri-las deve ser "renovada todos os dias" porque as autoridades de saúde ainda não veem "uma luz ao fundo do túnel" em Portugal.

A ministra pede maior atenção aos idosos e aos pacientes de grupos de risco, sublinhando por outro lado "as notícias muito boas" em relação às crianças infetadas, mesmo as que padecem de um caso mais grave.

"As crianças que são internadas, mesmo as que entram com um quadro grave, têm tido uma capacidade enorme de recuperação. A maior parte está no domicílio e muitas foram dadas como curadas. Em idades pediátricas, as situações têm evoluído muito bem", garantiu.

Outras fontes • DGS, Público

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