Organizações de defesa dos direitos dos animais estão contra o auxílio do governo aos criadores de touros bravos. Afirmam que o executivo devia centrar-se nos setores essenciais da sociedade.
Com a chegada da primavera, muitos espanhóis sonhavam com touradas e garraiadas, mas este ano não há nada para ninguém em Espanha. Mesmo as famosas festas de São Firmino foram canceladas à Covid-19.
Os criadores de gado estão preocupados. Criar um touro bravo custa cerca de 5000 mil euros mas sem eventos tauromáquicos apenas vão recuperar cerca de 600 euros com a venda de carne. Por isso pedem ajuda ao governo.
A única coisa que que fizemos foi pedir ajuda idêntica que outros setores culturais estão a pedir. Todos os organizadores de eventos têm os espetáculos segurados, mas quando há uma catástrofe como esta, as seguradoras recusam pagar", diz Victorino Martín, ganadeiro, presidente da Fundação Toro de Lidia.
As organizações de proteção animal estão preocupadas com este recente pedido feito às autoridades em relação a uma atividade cultural considerada histórica. Afirmam que o setor não deve beneficiar de auxilio.
"Em Espanha e em todo o mundo, todo os esforço e dinheiro do governo devia para a saúde, emprego, para garantir postos de trabalho em pequenas e médias empresas e ajuda aos trabalhadores independentes, às famílias mais vulneráveis e aos serviços mais essenciais que não são obviamente as touradas", explica Aida Gascón Bosch, diretora da Animanaturalis Espanha.
Para já, a Fundação Touro de Lídia disse à Euronews que ainda estão em conversações com o ministério da Cultura. Diz que empresas e empregos estão em risco.
A organização de defesa dos animais, Animanaturalis diz compreender o aspeto económico mas sublinha que pelo menos 1200 touros foram salvos da tortura.