O país, que mergulhou e saiu de uma grave crise financeira, regista apenas 2408 casos e 121 mortos. Os helénicos afirmam que ficaram mais preparados para enfrentar emergências.
Há dez anos, considerada a doente condenada da Europa, a Grécia era forçada a entrar num programa de resgate financeiro. Tinha de superar uma grave crise que ameaçava também o estatuto económico dos parceiros europeus
Agora, com um número residual de casos e mortes por Covid-19, as autoridades gregas consideram o país um exemplo de como uma crise deve ser lidada.
"Tivemos êxito em conter a pandemia porque atuámos muito rápido e impusemos de imediato o confinamento. Estamos todos impressionados como as pessoas obedeceram apesar do tradicional espírito de não-cumprimento dos gregos", refere Anastasia Kotanidou, da Comissão Nacional de Peritos para a Covid-19.
Uma década de austeridade severa terá mostrado ao povo helénico que por vezes são necessários sacrifícios para garantir um futuro melhor. E neste caso não haveria alternativa, já que o país ainda lambe as feridas da crise económica, tem um sistema de saúde debilitado. Um grande impacto do coronavírus teria consequências graves.
"Penso que o sistema político e social na Grécia está mais bem treinado do que outros países europeus para perceber quando uma crise se aproxima. E também tem a noção da necessidade de se agir rápido. Eles não já não percebem a crise como desculpa para impor medidas duras", afirma George Pagoulatos, diretor da Fundação Helénica para a Política Europeia
O programa de ajustamento que resgatou a Grécia da crise financeira também levou a uma modernização do estado grego. Os serviços públicos, como os usados pela agência de proteção civil e pelas autoridades fiscais, permitiram ao estado operar mesmo com o país em confinamento.