Os hospitais húngaros começaram a enviar doentes crónicos para casa a fim de disponibilizar 60% dos leitos, cerca de 40 mil camas, para futuros infetados com Covid-19.
Os hospitais húngaros preparam-se para o pior. O governo ordenou aos diretores das unidades de saúde para enviarem doentes para casa a fim de libertarem 60% da capacidade hospitalar, ou seja 40 mil camas, para acolherem futuros pacientes infetados com coronavirus.
Doentes crónicos regressam a casa. Algumas famílias queixam-se de que os pacientes arriscam complicações ou mesmo a morte.
Józsefné Ambrózy, enfermeira de 80 anos, amputou uma perna há pouco tempo. Agora tem que sair do hospital.
"Apenas nos disseram que a unidade de reabilitação tem que ficar vazia. Não percebo porquê, até porque o edifício ainda está vazio e não o estão a usar. E estou a sentir falta da fisioterapia, a minha outra perna não está boa, também. E se piorar, eles dizem que também terá que ser amputada. Mas eu não os deixo fazer isso. O suicídio é uma melhor opção", diz Józsefné Ambrózy.
Histórias semelhantes aparecem nas redes sociais todos os dias.
No entanto, de acordo com a médica-chefe nacional, a situação não é assim tão grave. "Cerca de 50% das camas dos hospitais estão agora livres. Segundo os relatórios que recebemos, os diretores não estão a enviar tantos doentes para casa, como muitas pessoas pensam", diz Cecília Müller.
O país tem 2200 casos confirmados de coronavírus e já morreram 239 pessoas.
O jornalista da Euronews, Zoltan Siposhegyi, explica que "ninguém tem uma solução miraculosa para o problema. Se continuarem com o quotidiano habitual, os familiares podem também colocar em causa os doentes. A única forma de solucionar o problema será contratar enfermeiros privados. Mas a maioria das famílias não tem recursos para o fazer. Por isso, um dos cônjuges tem que ficar em casa. Mas o emprego estará em risco, e um emprego é vital durante a pandemia de Covid19".