Antigo primeiro-ministro grego, Papandréu, pede unidade e soluções diferentes para os Estados-membros da União Europeia.
A Europa deve mudar de rumo e procurar soluções inovadoras e coletivas como a mutualização da dívida. A ideia é defendida pelo antigo primeiro-ministro grego Giorgos Papandreu, a quem coube a tarefa de pedir assistência financeira quando a Grécia entrou na grave crise de 2010.
À Euronews, Papandreou utiliza uma palavra-chave para a Europa: Unidade:
"Temos que encontrar novos caminhos e por vezes avançar com medidas pouco ortodoxas. O tema das eurobonds foi e está a ser discutido, a emissão de mais moeda. Temos que agir juntos e rápido como uma União Europeia. Há 10 anos nós fomos lentos, fizemos muito pouco, muito tarde, facto que nos custou muito, muita dor, dor essa que ainda hoje sentimos", concluiu o ex-chefe do executivo grego.
Papandreou foi uma figura chave no drama grego, tal como foi, mais tarde, o ministro das Finanças Yannis Varoufakis, agora líder partidário de esquerda. Varoufakis disse à Euronews que o plano que está a ser traçado pelos líderes europeus é errado, tal como foi há dez anos:
"Mais uma vez, chutam a lata pela rua abaixo. Tratam isto como em 2010, há uma ligação com o erro, erro da mesma categoria que em 2010. Lidaram com a crise como se fosse uma crise de liquidez, quando era uma crise de falência. Agora fazem a mesma coisa a nível europeu. Quando falam de mil milhões ou biliões é de empréstimos que se trata. A última coisa que as empresas na Alemanha, na Itália, na França e na Grécia precisam agora é de empréstimos", adiantou Varoufakis.
Há dias, num discurso no senado, o primeiro-ministro italiano sublinhou que a forma como a crise grego foi gerida é exemplo a não ser repetido. A presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen sugeriu que o próximo Orçamento Europeu seja um novo plano Marshall. No entanto, todos os sinais indicam que não haverá uma decisão concreta, pelo menos até meados de junho.