Jogadores transgénero afirmam-se no futebol argentino

Jogadores transgénero afirmam-se no futebol argentino
Direitos de autor Natacha Pisarenko/Copyright 2020 The Associated Press. All rights reserved
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De  Nara Madeira com AFP
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Grandes desafios mas grandes conquistas para Mara Gomez e Marcos Rojo, transgéneros, que partiram à conquista de um lugar no futebol argentino.

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Mara Gomez tem uma paixão, o futebol, que começou a desenvolver aos 15 anos, e isso levou-a a ser pioneira na integração de transgéneros nas equipas argentinas.

A satisfação é grande mas o caminho foi longo e difícil. Quando começou a jogar havia muita discriminação, maus tratos, verbais também, nas ruas e na escola mas o futebol acabou por ser uma terapia.

Ainda assim, jogar entre mulheres não é fácil porque, para muito, o seu lado masculino é uma vantagem. Ela é, de facto, a melhor goleadora das últimas duas temporadas na Liga feminina de La Plata.

A sua performance fê-la ser cobiçada por um clube profissional que espera que as atividades sejam retomadas, elas estão paradas devido à pandemia da Covid-19, para seguir o processo de compra mas o treinador da sua equipa, Juan Cruz Vitale, garante que tem futebolistas muito mais fortes do que ela.

Resta saber se Associação Argentina de Futebol autorizará a transferência já que o debate nos desportos de alto rendimento, explica a jornalista Ayelen Pujol, está relacionado com a dicotomia entre o que é biológico e o que é legal.

A Argentina foi pioneira, na América Latina, na aprovação de uma lei sobre a identidade de género, em 2012, o que permitiu a Mara alterar os dados do seu documento de identidade aos 18 anos.

Marcos Rojo é outro caso de sucesso nesta luta pelo direito de género. Há dois anos deixou de ser mulher, legalmente. Diz que sempre se sentiu homem. Hoje é também jogador de futebol e ingressou, há pouco, numa equipa masculina. Afirma, por experiência própria, que não há desvantagens relativas nem à força nem a qualquer outra coisa, que tudo depende da prática.

Marcos ainda não fez o seu primeiro jogo, ao serviço do clube, porque o novo coronavírus atrasou todo o processo. Mas vai aos treinos e aguarda o seu momento na liga regional. E, como diz Sebastian Rajoy, presidente do Union del Suburbio football club, o clube que o acolheu cada lugar "ganha-se jogando, nada é dado. Ganha-se jogando em equipa e a nível individual" e é isso que Marcos pretende fazer.

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