Desde proprietários a produtores de cinema, os profissionais do setor de entretenimento em Itália estão apreensivos com o futuro. Muitos anteveem falências.
Quando a Itália entrar na segunda fase do fim das restrições, o entretenimento não será simples. Cinemas e teatros não receberam ainda indicação como vão reabrir.
Os cinemas sofreram perdas em torno dos 60 milhões de euros. O futuro parece um filme de terror para o setor.
O proprietário deste complexo de salas de cinema em Roma e outros do país têm receios, acreditam que alguns não regressam à atividade. As perdas financeiras e o impacto do distanciamento social terão consequências devastadoras.
“A maioria dos negócios não vão sobreviver ao cenário atual e mesmo depois as medidas impostas serão tão severas que terão um efeito psicológico negativo no público. As pessoas aguardam a nossa reabertura mas têm medo. Também, as perdas económicas causadas por um rendimento inferior e o facto de existirem mais despesas vão obrigar alguns cinemas a permanecerem fechados”, diz Mariano Pierucci, gestor do Grupo “Lucisano Media".
A reconversão dos negócios parece ser o caminho a seguir, mas é um trilho que não é fácil para todos.
“Estamos em Velletri, a uma de distância de Roma. O proprietário deste cinema descobriu uma solução para evitar o encerramento prolongado. Em julho vai colocar os clientes no exterior dando-lhes a oportunidade de ver os filmes nos automóveis, transformando o cinema num "drive-in", explica Giorgia Orlandi, jornalista da Euronews.
O drive-in de Davide Fontana será o primeiro a ser lançado em Itália, embora com menos receitas.
“Nós pensámos em levar os filmes do interior para o exterior cumprindo as regras de segurança. Esta é a única maneira de criar essa ligação com a comunidade aqui e com as pessoas que adoram cinema e são os nossos clientes regulares”, argumenta Davide Fontana, gestor do “Cinema Augustus”.
Não é preciso muito. É necessária sorte para ter ou encontrar espaço livre, como este parque de estacionamento, com a aprovação das autoridades e fazer outros ajustes, como explica o companheiro de Davide Fontana.
“Aqui cabem entre 200 a 250 carros. Nós vamos garantir espaço suficiente para deixar passar os meios de segurança”, refere Giampiero Firicano, engenheiro.
Mas são apenas os cinemas que estão a sentir problemas, é todo o setor.
“As apólices de seguros não cobrem os incidentes relacionados com a Covid-19 nas filmagens. Sem seguros, os produtores de cinema são diretamente responsáveis. Mas é possivel reforçar a segurança com a relização de testes diários nos atores. Mas vai ser mais dificil fazer em equipas inteiras”, afirma Gianluca Curti, presidente do “cinema CNA” e produtor de cinema.
O futuro é uma incógnita. A não perder as cenas dos próximos capítulos.